Título: GASTOS CAUSAM POLÊMICA
Autor: Martha Beck e Regina Alvarez
Fonte: O Globo, 20/11/2005, Economia, p. 33

Economia no ano está bem acima da meta

Uma das principais divergências entre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo, é a administração dos recursos públicos. Dilma sugere o aumento dos gastos do governo, enquanto a equipe econômica é bem mais conservadora, defendendo a limitação dos gastos e a manutenção de uma meta elevada de superávit primário.

A ministra critica, por exemplo, o fato de o superávit primário do governo de janeiro a setembro estar em 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a meta para o ano é de 4,25%. O resultado foi o melhor da História para o período.

Mas Fazenda e Planejamento retrucam que, mesmo com um superávit elevado, a limitação dos gastos correntes coibiria aumentos, como os que vêm sendo concedidos ao funcionalismo público, especialmente do Legislativo e do Judiciário, e criaria mais espaço para investimentos sociais. Segundo dados da equipe econômica, somente em 2005 as despesas do governo federal com pessoal somam R$98 bilhões, enquanto os investimentos públicos estão em R$74 bilhões.