Título: ADVOGADO DIZ QUE SERENO NÃO FEZ NOMEAÇÕES
Autor: Chico Otavio, Bernardo de La Peña, Adriana Vasconc
Fonte: O Globo, 27/11/2005, O País, p. 8

Ex-diretor do Núcleos nega irregularidades e alega que acionou funcionário na Justiça

O economista Marcelo Sereno, ex-assessor especial da Casa Civil na gestão de José Dirceu, não foi encontrado para comentar a reportagem. Seu advogado, Luís Paulo Viveiros de Castro, informou que Sereno não foi o responsável pela nomeação de Ruy Bello como presidente da RioPrevidência no governo Benedita da Silva e de Paulo Figueiredo na direção do Nucleos. Viveiros de Castro disse que seu cliente só não entrou com uma ação contra Neildo de Souza Jorge, represente dos funcionários no Conselho Deliberativo do Núcleos e que o acusa de ter nomeado Paulo Figueiredo porque não encontrou seu endereço:

Figueiredo também nega ter sido apadrinhado por Sereno. Ele diz que não houve irregularidades no Núcleos durante sua gestão e afirma que, no caso de aplicações em debêntures da Ulbra ¿ empresa ligada ao fraudador argentino Cezar Arrieta ¿ outros fundos de pensão fizeram o mesmo. Disse ainda que ingressou na Justiça com duas ações contra Neildo.

Já o advogado da Euro Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, Fernando Freire, informou na sexta-feira que não há na contabilidade da empresa registro de operações com o Núcleos. Segundo ele, isso pode ter acontecido porque a corretora nem sempre sabe para quem está vendendo os papéis que são negociados em mercados que funcionam por intermédio de sistemas eletrônicos. O advogado informou ainda que a Euro já fez negócios com outros fundos, como a Postalis, em janeiro deste ano, e com o RioPrevidência. Freire negou, entretanto, que os negócios com o fundo de pensão fluminense tenham dado prejuízo e disse que a corretora teria participado de apenas parte da operação.

"Sobre as operações com o RioPrevidência, a parte do prejuízo, no entorno de R$750 mil, imputado à Euro DTVM S/A, não representa a verdade", afirmou, acrescentando que a operação teria dado lucro de R$52.300. O advogado admitiu que um dos dirigentes da corretora, por ocasião da operação, Eric Bello, é filho do presidente do RioPrevidência na época. Mas afirmou que Eric não tinha conhecimento das operações e que quando soube do assunto pediu que todas as transações com o fundo fossem suspensas.