Título: Medida da resultados no mundo
Autor: Alan Gripp
Fonte: O Globo, 27/11/2005, O País, p. 16

Colômbia e Nova Zelândia estão entre os países que adotaram restrição ao álcool e puderam comprovar a relação entre o consumo em áreas públicas e a violência. Chile e Espanha têm leis restritivas também, assim como Austrália, Tailândia, Ilhas Cayman e El Salvador e determinadas cidades dos Estados Unidos. Mas pesquisas ainda estão por provar o efeito da restrição nos índices de criminalidade.

Os casos de sucesso mais estudados são os das cidades colombianas Cáli e Bogotá, a capital. A lei seca está em vigor desde 1995 na capital. Em Cáli, a queda no índice de homicídios chegou a 34% somente na comparação entre o primeiro semestre do ano passado e o primeiro semestre deste ano.

A chamada Lei Zanahoria, de 1995, estabeleceu que os bares tinham de fechar à 1h da madrugada, com exceção do período de festas de fim de ano (quando passa para 4h). As taxas de homicídios caíram no país entre 1995 e 2000, mas caíram mais em Bogotá, segundo dados da Polícia Nacional e do Instituto Nacional de Medicina Legal. Em 1994, havia 3.500 homicídios anuais. No ano passado, o número estava em 1.500.

A cidade experimentou também, porém, os efeitos do Plano Desarme, que incentivou a entrega voluntária e restringiu o porte de armas.

Na Nova Zelândia, mais da metade das cidades têm algum tipo de lei seca, desde meados dos anos 90. Segundo dados da Unidade de Prevenção de Crime do Ministério da Justiça, o álcool é um fator presente em 66% das detenções por desordem, violência e abuso sexual.

Na maior cidade, Auckland, da Nova Zelândia, o índice de atos de agressão caiu 12% por causa da lei seca, que vale das 21h às 6h, de quinta-feira a domingo.

Este mês, a Tailândia baixou nova lei que proíbe venda de álcool em qualquer lugar a partir da meia-noite. No mês passado, o Congresso de El Salvador aprovou lei que proíbe a venda de álcool entre 2h e 6h.