Título: ALCKMIN DIZ QUE, SE CANDIDATO, NÃO BATERÁ EM LULA
Autor: Toni Marques
Fonte: O Globo, 26/11/2005, O País, p. 8

Governador de São Paulo, homenageado no Rio, afirma que campanha vai apontar o futuro

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse ontem no Rio que, se for o candidato do PSDB à Presidência da República na eleição do ano que vem, não fará das críticas ao governo, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT a base de sua campanha. Embora não se apresente explicitamente como pré-candidato ¿ ele costuma dizer que ¿política é destino¿ ¿ Alckmin tem cumprido agenda de homenagens no Rio.

¿ Quem deve avaliar o governo Lula é o povo ¿ disse Alckmin, em entrevista. ¿ Se eu for candidato a presidente da República não vou fazer campanha falando mal do Lula nem do PT nem do governo. Vou apontar o futuro.

O governador de São Paulo esteve no Rio para receber a Medalha Pedro Ernesto, a maior comenda oferecida pela Câmara de Vereadores, durante almoço na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro. No dia 8 passado ele estivera em São João de Meriti para ser homenageado pela Câmara de Vereadores daquela cidade.

Depois do almoço, Alckmin fez um discurso sobre os problemas do Brasil e apresentou resultados de sua administração. Criticou a burocracia, a carga tributária, o déficit nominal, o baixo nível de investimentos, o desperdício governamental, a taxa de juros, a situação cambial, o nível de crescimento da economia e a falta de segurança pública.

`Tráfico de armas na nossa cara¿

Ele não mencionou o atual governo em suas críticas. Indiretamente, porém, falou em conquistas que estão sendo consolidadas, numa alusão à continuidade da política econômica do governo Fernando Henrique.

¿ O Brasil tem alguns gargalos que precisam ser removidos para dar esse grande salto de qualidade, a partir de conquistas que vão se consolidando, que começaram mais atrás, como numa corrida de revezamento, e que hoje, cada vez mais, se consolidam ¿ disse o governador de São Paulo, mencionando a política monetária como exemplo.

Sobre segurança pública, o governador deu números da atuação da polícia, afirmando que uma arma é apreendida a cada 14 minutos no estado. Ele disse que se tratam de armas que nada têm a ver com o tema do recente referendo sobre a proibição do comércio de armas legais.

¿ Apreendemos em São Paulo uma arma a cada 14 minutos. São 40 mil armas ilegais. Não tem nada a ver com o plebiscito ¿ disse Alckmin. ¿ É contrabando vergonhoso, tráfico de armas na nossa cara, pelas fronteiras. Quarenta mil armas que não param de entrar. É como enxugar gelo.

Ao encerrar o discurso, Alckmin disse que o Brasil tem vocação para crescer e que a responsabilidade fiscal é uma prova de maturidade brasileira.