Título: EVASÃO ESCOLAR AINDA É CONSIDERADA ALTA NO PAÍS
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 26/11/2005, Economia, p. 37

Apesar da universalização do ensino básico, 8,9% dos jovens estão fora da escola

Nos anos 90, o Brasil se acostumou a festejar a universalização do ensino básico com base nos resultados da Pnad sobre freqüência escolar. Em 2004, como no ano anterior, a proporção de brasileirinhos de 7 a 14 anos que não iam à escola foi de 2,8% ¿ o número sobe para 2,9% quando se considera o interior da Região Norte, incluído pela primeira vez na pesquisa do IBGE. Apesar disso, o Brasil ainda tem 8,9% de suas crianças de cinco a 17 anos fora da escola.

A freqüência escolar diminui à medida que a idade aumenta. Com uma exceção: a pré-escola. Segundo o IBGE, 18,9% dos meninos e meninas de cinco e seis anos não estavam matriculados em séries da educação infantil ¿ um ano antes, eram 21,3%. Nas regiões Centro-Oeste, Sul e Norte, a proporção passa de um quarto.

Os números recuam entre os sete e os 14 anos e voltam a subir a partir dos 15 anos. Não por acaso, esta também é a faixa etária com maior incidência de trabalho infantil. De 15 a 17 anos, quando os adolescentes deveriam estar matriculados no ensino médio, 17,8% estavam fora da escola em 2004. No Nordeste, a proporção atinge 21,1%, perto da média brasileira de cinco anos antes.

Apesar dos desafios, a educação é uma das áreas em que o Brasil mais tem avançado, afirma o presidente do IBGE, Eduardo Nunes:

¿ Foi uma década de melhoria expressiva nos indicadores sociais, com melhor acesso a serviços públicos e redução da taxa de analfabetismo.

Da população com mais de 15 anos, 11% são analfabetos

O índice de analfabetismo da população de dez anos ou mais de idade está em 10,5%. Como a escolarização das crianças e jovens tem crescido, a proporção de analfabetos aumenta com a idade. Enquanto na faixa etária de dez a 14 anos apenas 3,8% não sabem ler e escrever, na população de 15 anos ou mais a proporção chega a 11,4%.

A escolaridade média dos brasileiros também vem aumentando. O tempo médio de estudo de quem tem dez anos ou mais era de 6,6 anos (incluindo ou não o Norte rural) em 2004 ¿ era de 5,8 cinco anos antes. Já na população adulta (25 anos ou mais) está em 6,4 anos.

A proporção de habitantes com mais de 11 anos de estudo ficou em 26%. Entre as mulheres, a proporção era de 27,7%, contra 24,1% dos homens. (Flávia Oliveira)

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