Título: AVANÇO NO SOCIAL
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Fonte: O Globo, 30/11/2005, Opinião, p. 6

A economia brasileira tem crescido bem menos do que a expectativa, mas a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, referente a 2004, revela uma melhora nos indicadores sociais do país. E o mais importante é que a proporção de brasileiros com nível de renda muito baixo diminuiu. Os números são ainda preocupantes, mas indicam que o esforço feito para se aumentar a escolaridade e levar serviços básicos a toda a população vem dando resultados.

Sob o ponto de vista econômico, é salutar que a combinação de crescimento econômico, mesmo modesto, com inflação declinante tenha interrompido o processo de queda na renda média mensal da população. A distribuição de renda também melhorou, embora na verdade a desigualdade tenha diminuído em função da queda da renda dos 10% mais ricos, e não de uma expansão substancial nos rendimento médios dos 50% mais pobres.

No entanto, é bem animador que a percentagem de mulheres ocupadas esteja crescendo, e que sua remuneração pouco a pouco se aproxime da que é recebida pelos homens. Em 1992, essa relação era de 59%, e em 2004 chegava a 69,3%.

A esperança no futuro aumenta quando se verifica que os índices de analfabetismo continuam recuando (em 2004, correspondiam a 11,2% da população com mais de 15 anos, enquanto em 1992 representavam 17,2%) e que a proporção de crianças fora da escola diminui ano após ano. Simultaneamente, a escolaridade dos jovens está se ampliando.

Ainda que insatisfatório, o número de domicílios servidos por abastecimento de água, coleta esgoto e lixo cresceu.

Grande parte das residências no Brasil é atendida com fornecimento de energia elétrica e abriga os eletrodomésticos essenciais à vida moderna.

Essa evolução não é tarefa de um só governo. O Brasil vem aprimorando uma rede de segurança social desde meados da década de 90, e os resultados desse trabalho, que se expandiu na administração do presidente Lula, começam a ser colhidos.

Com a economia crescendo, certamente a melhora dos indicadores sociais será mais rápida.

Os avanços conseguidos não são obra de um único governo