Título: 'Política econômica não é empecilho para a social'
Autor: Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 30/11/2005, O País, p. 8

Presidente recomenda que dados positivos sobre políticas públicas sejam divulgados por integrantes do governo

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a política econômica, com todo seu rigor fiscal, nunca foi empecilho para a política social do governo e que os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e de estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a redução da pobreza no país mostram isso.

Ao discursar na reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Lula recomendou que os dados positivos sobre políticas públicas sejam capitalizados e melhor divulgados por integrantes do governo.

Enfático, o presidente afirmou várias vezes que os integrantes do governo precisam se armar das informações sobre os êxitos da política social para que tenham orgulho do que está sendo feito.

Conselheira criticou falta de recursos para programas

Lula fez essa observação depois de ouvir críticas da conselheira Maria Emília Lisboa Pacheco à política econômica e à falta de recursos para alguns programas.

- A política econômica nunca foi empecilho para a política social. Colocamos em 17 meses R$29 bilhões no mercado para consumo, via crédito consignado. Essa foi uma revolução no crédito brasileiro. E saímos de uma poupança interna de 17% durante a campanha de 2002 para uma poupança interna de 24%. Isso tem que ser discutido com os companheiros, porque, senão, ficamos sempre discutindo a comida que falta na mesa e não valorizamos aquela que enchemos o bucho! - disse.

Com discurso de candidato, Lula disse que a Pnad não mostrou qualquer dado negativo sobre seu governo. Segundo a pesquisa, a renda do trabalhador permaneceu estagnada, mas, pela primeira vez desde 1997, parou de cair em 2004.

- Não tem um único dado que não seja um dado positivo da conquista do nosso governo e da sociedade brasileira. Demonstra por que nossos adversários ficaram tão surpresos com os dados da Pnad. E os dados só não foram melhores porque tivemos um 2003 muito apertado - disse.