Título: CORREIOS: CPI DESISTE DE VOTAR RELATÓRIOS PARCIAIS
Autor: Alan Gripp
Fonte: O Globo, 02/12/2005, O País, p. 10

Comissão aprova nova quebra de sigilo de fundos de pensão

BRASÍLIA. Diante da disputa política travada entre o PT e o PSDB, a CPI dos Correios desistiu ontem de votar os relatórios parciais sobre movimentação financeira, elaborados pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), e o de contratos, apresentado pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP). Por sugestão dos dois autores, esse material servirá de subsídio para o relator geral da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que deverá apresentar seu segundo relatório até dia 15.

¿ Eu e Fruet avaliamos que, em vez de nos alongarmos na discussão desses relatórios parciais, seria melhor apenas encaminhá-los como peças de colaboração para o relatório final ¿ propôs Cardozo.

Para evitar novas polêmicas, o sub-relator de Fundos de Pensão, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), fará na próxima terça-feira apenas um balanço das investigações em curso, sem apresentar qualquer relatório parcial. Ele antecipou que vai detalhar todas as operações que deram prejuízo aos fundos de pensão nos mercados de ações, derivativo (BMV) e títulos públicos.

Para sustar os efeitos das seis liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendiam a quebra de sigilo do fundo de previdência da Cedae (Prece) e de cinco corretoras, a CPI aprovou ontem requerimentos com novas justificativas para essas mesmas quebras de sigilo. Por precaução, Neto propôs que a CPI votasse novamente 25 quebras de sigilos, o que deverá ocorrer em sessão secreta, terça-feira. Nas liminares, o ministro Marco Aurélio Mello justificou sua decisão argumentando que a CPI não havia fundamentado seus requerimentos.