Título: CESAR DIZ QUE DESISTIRÁ DE DISPUTA EM FAVOR DE SERRA
Autor: Toni Marques e Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 05/12/2005, O País, p. 5

Para prefeito do Rio, outros tucanos não têm força para vencer Lula. PFL diz que candidatura própria é prioridade

RIO e BRASÍLIA. O prefeito Cesar Maia disse ontem que abrirá mão de disputar a eleição para presidente da República em 2006 se o candidato do PSDB for o prefeito de São Paulo, José Serra. Cesar confirmou ter dito à direção do PFL que não concorrerá à presidência com Serra porque o paulista ¿é um candidato fortíssimo¿. Na avaliação de Cesar, o prefeito de São Paulo tem mais chances de ganhar as eleições do que os outros tucanos cotados para disputar a presidência, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o de Minas Gerais, Aécio Neves.

Por e-mail, o prefeito disse ao GLOBO que a aliança com Serra é uma opinião sua, e não uma posição do PFL.

¿ O PFL não tomou qualquer decisão. Essa é uma posição e opinião exclusivamente minha ¿ disse ele.

Para o prefeito, Serra seria o candidato mais competitivo porque sua candidatura já foi testada e é menos regional:

¿ Trata-se de um enorme risco tentar uma candidatura ainda não testada numa disputa confrontada, como já o foi a do Serra, por duas vezes. Além disso, há a sensação de esgotamento do ciclo paulista, em que Alckmin fica muito mais vulnerável que Serra, que é muito mais temático e menos regional. Acho que, fora o Serra, o risco de perder a eleição é muito grande.

O prefeito acha que sua própria candidatura, lançada há alguns meses, teria o mesmo perfil da de Serra na opinião dos eleitores, o que não seria interessante para a oposição ao governo Lula. O PSDB comemorou e o PFL estranhou as declarações de apoio à candidatura do prefeito tucano José Serra à sucessão presidencial dadas pelo prefeito Cesar Maia. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), ficou surpreso com a notícia.

¿ Para mim, ainda vale a candidatura dele (Cesar) a presidente. Conversamos com Serra e com os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG). Mas não significa que tenhamos progredido para uma aliança ¿ disse Bornhausen, antes de embarcar ontem para Teresina, onde, com Cesar, participa de encontro do PFL.

De acordo com o senador, a prioridade do partido ainda é a candidatura de Cesar. Em segundo, outra candidatura própria. E só em terceiro lugar viria a coligação com o PSDB. Ele lembrou que essa aliança depende também de acertos nos estados, que dêem ao PFL chances de eleger governadores. O líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), lembrou que o partido só escolherá seu candidato a presidente em março ou abril do próximo ano, mas gostou da entrevista do prefeito do Rio:

¿ É uma notícia boa que o prefeito queira marchar com o PSDB.