Título: POLÍCIA PRENDE CONTRABANDISTAS
Autor: Flávio Freire, Jucimara de Pauda e Paulo Yafusso
Fonte: O Globo, 07/12/2005, Economia, p. 25

Em quatro estados, foram apreendidos R$2 milhões em produtos

SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO E CAMPO GRANDE. Duas quadrilhas de contrabandistas foram desbaratadas e mais de R$2 milhões em mercadorias que entraram no país com notas frias (subfaturadas) foram apreendidos em várias operações realizadas ontem em conjunto pela Polícia Federal e a Receita Federal. Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em todo o país. Logo cedo, foi deflagrada a Operação Canil em quatro estados: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Amazonas. Na ação, que contou com 50 agentes da Receita e 172 policiais federais, 22 pessoas foram presas. Os integrantes da quadrilha ¿esquentavam¿ cerca de 50 notas falsas por dia, com valores entre R$500 e R$12 mil. Os produtos eram trazidos irregularmente do Paraguai e de Miami.

A operação ocorreu simultaneamente em Ribeirão Preto (SP), Foz do Iguaçu (PR) , Manaus (AM) e Sapiranga (RS). Em Ribeirão Preto, seis pessoas foram presas, entre elas o empresário Marcos Cosso, suspeito de liderar o esquema. Além de importação ilegal, ele é acusado de emitir e enviar pelos Correios notas fiscais falsas. Estas saíam de Ribeirão Preto com o remetente ¿Casa do Cachorro¿ (daí o nome Operação Canil) e ¿Sete Oliveiras¿. Cosso nega envolvimento em contrabando.

¿ As notas eram impressas em Ribeirão Preto e encaminhadas a Foz para que as mercadorias pudessem chegar a seus destinatários ¿ explicou o delegado da PF em Ribeirão, Glauco Peter Guimarães.

Em Foz foram presas 11 pessoas, donas de lojas de informática.

Já Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram palco da Operação Breakdown (interrupção, em inglês), da PF. Foram presos, entre outros, Mário Irala de Lima e Lademir Zanela, donos da empresa de informática Tec Mac, fornecedora do governo estadual. As investigações começaram em setembro. O advogado dos empresários, Ricardo Trad, considerou as prisões ilegais, porque eles têm endereço fixo e estavam colaborando com as investigações.

Em Santos, no litoral paulista, a Receita Federal apreendeu R$2 milhões em mercadorias no porto. Além de motocicletas, televisores e carros, os agentes encontraram um quadro de Cândido Portinari. O valor total dos produtos passa de R$1 milhão. Cerca de 1,5 milhão de DVDs, avaliados em mais de R$600 mil, estavam registrados como CDs. Um dos objetivos era evitar o comércio de itens contrabandeados no shopping Stand Center, na Avenida Paulista.

(*) Especial para O GLOBO