Título: BOLSA E RISCO-PAÍS BATEM NOVO RECORDE
Autor: Patricia Duarte, ramona Ordoñez e Luiza Damé
Fonte: O Globo, 07/12/2005, Economia, p. 26

BC faz leilões nos mercados à vista e futuro, mas dólar cai 0,91%

SÃO PAULO e RIO. O cenário positivo nos Estados Unidos aumentou significativamente o apetite do investidor estrangeiro por ativos de países emergentes, tendo o Brasil como preferência. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu novo recorde histórico e fechou com 33.233 pontos, em alta de 1,6%. Os negócios na bolsa somaram R$2,5 bilhões, volume bem acima da média dos últimos meses, de R$1,7 bilhão.

O risco-Brasil, indicador calculado pelo banco JP Morgan, caiu 2,17%, para 316 pontos centesimais, o mais novo piso histórico do indicador, criado em abril de 1994. O Global 40, principal título brasileiro negociado no exterior, subiu 1,51%, cotado a 126,25% do valor de face.

Mesmo com as compras do Banco Central (BC), o dólar caiu pelo terceiro dia seguido. A moeda cedeu 0,91% e fechou a R$2,177. O BC vendeu US$598,4 milhões em contratos de swap reverso, em que, na prática, compra dólares no mercado futuro, e anunciou mais um leilão para hoje. A instituição também comprou moeda no mercado à vista (a R$2,176).

Segundo analistas, além do cenário interno favorável pela perspectiva de aceleração no ritmo de corte dos juros básicos, o bom humor veio mesmo dos dados americanos: o índice de produtividade dos trabalhadores americanos subiu 4,7% de julho a setembro (taxa anualizada) e as encomendas às fábricas aumentaram em outubro 2,2%. De acordo com Alexandre Póvoa, diretor da Modal Asset Management, os números mostram um equilíbrio entre crescimento e inflação nos EUA:

¿ Isso diminuiu a aversão ao risco e todos os países emergentes foram bem.

Nilson Teixeira, economista-chefe do banco CSFB, que esteve ontem no Rio para apresentar as previsões da instituição para a economia brasileira em 2005 e 2006, estima que o dólar encerre o ano em R$2,20. Para dezembro do ano que vem, as projeções são de um câmbio a R$2,30, resultado da ampla liquidez internacional combinada com juros baixos no exterior e taxas altas no Brasil, o que deve atrair um grande volume de recursos.

(*) Do Globo Online

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