Título: FUNDOS NEGAM DENÚNCIA DE SUB-RELATOR DE CPI
Autor: Chico Otavio e Toni Marques
Fonte: O Globo, 08/12/2005, O País, p. 11

Funaro afirma que não trabalha com fundos de pensão

Os fundos de pensão Postalis (dos Correios), Refer da (Rede Ferroviária Federal), Funcef (Caixa Econômica) e Geap (dos servidores federais) divulgaram notas contestando os dados sobre perdas em investimentos do relatório parcial da CPI dos Correios, divulgado anteontem pelo deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).

A Postalis afirma que não pode ter havido perda na Bolsa de Mercadorias e Futuros, pois a última operação feita diretamente pelo fundo foi em abril de 2000, ¿tendo sido positivo o resultado dessa aplicação¿, diz a nota.

A Geap diz que ¿não teve acesso ao relatório da CPI e desconhece a fonte dos dados apresentados pela mídia¿ e que não houve prejuízos entre 2003 e 2005.

Funcef: derivativos são geridos por bancos

Na nota da Refer, o fundo de pensão salienta que os dados do relatório parcial ¿referem-se ao período compreendido entre outubro de 2003 e março de 2004¿ e ¿na ocasião o conselho fiscal da fundação detectou o problema¿. O conselho fiscal e o deliberativo comunicaram o fato à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Secretaria de Previdência Complementar (SPC). ¿De imediato, os responsáveis pelas supostas irregularidades foram afastados da área financeira.¿

O presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, divulgou nota ontem dizendo que o fundo está no terceiro ano de resultados superavitários. ¿Não fizemos nenhuma operação de investimento que tenha implicado em perdas por má fé¿, diz a nota. ¿A Funcef não opera diretamente na BM&F. Os fundos exclusivos, que investem em derivativos, são administrados por bancos de primeira linha, como: Itaú, BNP-Paribas, Pactual, CEF, HSBC, entre outros¿. A nota observa que os contratos assinados que dão ¿autonomia para os bancos administrarem os recursos¿. No relatório não há menção a bancos.

¿Lamento que este tema esteja sendo tratado de uma forma que desgasta os fundos de pensão, cria uma imagem negativa da gestão desses fundos e cria incerteza entre seus participantes¿, afirma Guilherme Lacerda.

Já Lúcio Bolonha Funaro nega em nota que tenha operado para fundos de pensão e que seja doleiro. Também nega ter relação societária com a Corretora Laeta. ¿Não sou sócio da Corretora Laeta. Só opero através dela e de outras corretoras. Também não sou dono nem sócio da Garanhuns desde 2001¿, diz ele na nota. Funaro afirma ainda que opera no mercado financeiro há pelo menos dez anos e que nunca foi processado na CVM ou no Conselho de Controle de Atividades Financeiras.