Título: PROJETO DO MEC PROPÕE REAJUSTE PARA 75.239 PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS
Autor: Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 08/12/2005, O País, p. 14

Para tentar encerrar greve, 9,45% de aumento sobre salário-base, em 3 etapas

BRASÍLIA. Depois de cem dias de greve dos professores das universidades federais, o Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem o projeto de lei que concede reajuste de 9,45% sobre o salário-base da categoria e terá de ser votado no Congresso. O aumento será concedido em três etapas, entre janeiro e julho de 2006, e beneficiará 75.239 professores da ativa, aposentados e pensionistas de forma diferenciada, de acordo com a sua titulação. O projeto vai hoje ao Congresso.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, acha que a divulgação da proposta levará os grevistas de volta ao trabalho.

¿ Queremos que, a partir da divulgação do projeto, os professores que estavam em dúvida, que queriam ver a materialidade da proposta, possam deliberar pela volta as aulas ¿ disse o secretário-executivo adjunto do ministério, Ronaldo Teixeira, escalado por Haddad para conduzir a negociação.

Comando de greve não tem posição sobre projeto

O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-Sindicato), Márcio Antônio de Oliveira, disse que a proposta começou a ser analisada ontem. O comando de greve, segundo ele, ainda não tem posição sobre o projeto. Nos próximos dias, assembléias deverão deliberar sobre a continuidade da paralisação.

O projeto, divulgado ontem pelo MEC na internet (www.mec.gov.br), propõe que os professores recebam em janeiro reajuste de 50% sobre a gratificação por titulação. Em maio, os docentes titulares ganharão 5% sobre o salário-base. Assim, receberão mais do que os professores associados, nova classe que será criada nesse mesmo mês para acolher docentes classificados hoje como adjuntos de nível 4. Isso permitirá progressão na carreira.

Em julho, será reajustada a Gratificação de Estímulo à Docência (GED), com a redução da distância que separa ativos e inativos. Os doutores titulares da ativa não serão beneficiados. O impacto será maior sobre o inativos, uma vez que em julho passa a vigorar o aumento do valor da GED para os aposentados.