Título: VOTAÇÃO DO SUPERSIMPLES É ADIADA
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Fonte: O Globo, 08/12/2005, Economia, p. 34

Apesar de acordo, Receita Federal teme perdas de arrecadação para estados

BRASÍLIA. Apesar do compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do apoio dos partidos aliados no Congresso ao projeto de Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a votação na comissão especial do projeto de lei complementar que cria o Supersimples e outros benefícios para as micro e pequenas empresas foi adiada a pedido da Receita Federal, que solicitou prazo de 24 horas para apresentar uma contraproposta ao relatório do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).

A votação do relatório de Hauly já estava acertada com o governo, mas houve um recuo da Receita depois que o secretário Jorge Rachid e o secretário de Política Econômica, Bernard Appy, se reuniram com alguns secretários de Fazenda dos estados na terça-feira. O Fisco alegou que os estados temem perdas. A maioria dos estados é favorável ao projeto, mas a Receita se valeu da posição dos que são contra, como Rio Grande do Norte e Minas Gerais.

Segundo Hauly, a renúncia fiscal estimada, de R$6,7 bilhões sobre os impostos federais, já será compensada no primeiro ano de vigência da Lei Geral com a redução da informalidade nas empresas e o aumento dos empregos formais.

¿ Estamos falando de uma renúncia de 1% da arrecadação para atender a 98% das empresas do país ¿ afirmou.

A proposta de Lei Geral em discussão na Câmara unifica oito impostos, sendo seis federais (IR, CSLL, Cofins, PIS, IPI e Contribuição Previdenciária patronal), um estadual (ICMS) e um municipal (ISS). As micro e pequenas empresas da área de comércio vão recolher um imposto único com alíquota entre 4% e 15% sobre o faturamento. (Regina Alvarez)