Título: Ronda pela mídia
Autor: Regina Alvarez, Evandro Éboli e Adriana Vasconcelo
Fonte: O Globo, 12/11/2004, O Mundo, p. 34
O luto em edição extra Nos territórios palestinos ocupados por Israel, milhares de pessoas fizeram pausa para uma leitura pesarosa, mas que se tornou obrigatória. O diário ¿Al-Ayyam¿, um dos mais importantes jornais palestinos, lançou uma edição extra por conta da morte de Yasser Arafat. O caderno foi muito disputado, principalmente nos arredores da Muqata. ELETRONIC INTIFADA
Prognóstico sombrio para o conflito
O noticiário online pró-palestino ¿Electronic Intifada¿ não vê razão para pensar que a morte de Yasser Arafat vai mudar o conflito. ¿Há 3,5 milhões de palestinos vivendo sob brutal ditadura militar em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Milhões de palestinos ainda vivem em exílio forçado¿, diz o site, que antevê o aumento do sofrimento de palestinos e israelenses. MAARIV INTERNACIONAL
Pai do terror ou da conciliação?
De um amigo palestino, o colunista Ben Dror Yemini, da edição internacional do ¿Maariv¿, o jornal de maior circulação de Israel, aprendeu uma reflexão que todo israelense, diz ele, deveria fazer: perguntar-se quem foi Arafat, mas mantendo a mente aberta aos argumentos de quem via nele o homem que abriu caminho para o reconhecimento de Israel pelos árabes. Para os palestinos moderados, diz Yemini, ¿ele era Nelson Mandela e Charles de Gaulle combinados¿. ¿Se eles também o vêem como o homem que iniciou o processo de reconciliação com Israel, nós também deveríamos¿, afirma o colunista israelense. Concordar com os radicais dos dois lados, que viam em Arafat um ¿pai do terror¿, neste momento, será pior para os interesses de israelenses e de palestinos, aconselha o colunista do ¿Maariv¿.