Título: DÓLAR SOBE E JÁ ENCOSTA EM R$ 2,30
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 16/12/2005, Economia, p. 40
Moeda americana tem alta pelo sétimo dia seguido. Bolsa recua 1,3%
Sem dar sinais de perda de fôlego, o dólar engatou ontem o sétimo dia consecutivo de alta, encostando, pela primeira vez desde setembro, nos R$2,30. A moeda americana avançou 0,79%, e encerrou os negócios cotada a R$2,299 para venda. Na máxima do dia, chegou a valer R$2,303. A última vez que o dólar fechou a R$2,30 foi em 20 de setembro.
Segundo operadores, diante das compras maiores do Banco Central (BC) e da retração dos demais investidores, criou-se um desequilíbrio no mercado, similar ao verificado nas semanas anteriores à alta. Antes, as fortes vendas do mercado e a ausência do BC derrubaram a cotação do dólar para R$2,16 - mínima do ano - em novembro. Agora, as compras expressivas do BC fazem o dólar seguir direção inversa.
Ontem, o BC vendeu 11.700 contratos de swap cambial (US$563,1 milhões) e ainda comprou moeda no mercado à vista por até R$2,295. Desde novembro, quando o BC retomou as operações de swap - na prática, uma compra de dólares no mercado futuro - operadores estimam que já tenham sido negociados US$7 bilhões. O risco-país subiu 0,32%, para 312 pontos centesimais e a Bolsa caiu 1,30%, devido à correção nos preços dos ativos após a forte recuperação dos dias anteriores. Já o título da dívida brasileira mais negociado no exterior, o Global 40, recuou 0,26%, para 127,05% do valor de face.
Ontem, o banco BMG captou US$300 milhões em títulos com vencimento em dez anos. Segundo Ricardo Guimarães, presidente da instituição, os recursos vão aumentar a oferta de crédito consignado, segmento onde o BMG é líder.
Ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) elevou a nota de crédito da Rússia de BBB- para BBB. A S&P diz que a melhora foi motivada pelo crescimento econômico do país - o segundo maior produtor de petróleo do mundo - estimulado pela alta do barril. Com isso, o governo russo vai quitar dívidas com credores. Em 1998, o país deixou de pagar US$40 bilhões em títulos do governo.
(*) Com agências internacionais