Título: UNIDOS, SERRA E ALCKMIN ATACAM LULA
Autor: Adauri Antunes Barbosa
Fonte: O Globo, 20/12/2005, O País, p. 9

'O governo do PT está que nem tartaruga', diz governador de São Paulo

SÃO PAULO. O governador paulista, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, José Serra, que competem pela indicação do PSDB para concorrer à Presidência da República, fizeram um esforço ontem para tentar afastar o clima de disputa interna com críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na inauguração da sede municipal do partido, Alckmin e Serra não pouparam o governo petista:

- O governo do PT está que nem tartaruga, andando devagarinho. O pior é se vier de caranguejo, começar de marcha-ré. Não podemos permitir. Temos que fazer um grande trabalho para retomar as reformas, pisar no acelerador e completar um outro ciclo que começou com o presidente Fernando Henrique. Olhos pra frente, olhos para o Brasil, olhos de servir, olhos de trabalho - disse Alckmin.

O governador criticou a morosidade do governo e disse que "há um abismo" entre o que os petistas falam e o que fazem. Classificou de gastança o pacote do governo que tem a intenção de aumentar o salário-mínimo e dar reajuste aos servidores:

- Há grande diferença entre investimento e gastança. Investimento é priorizar bem, fazer mais com menos dinheiro, ter mais eficiência no gasto público para a coisa dar certo, senão isso não tem o menor sentido.

Serra classificou resultado de pesquisas de muito bom

Alckmin disse que ele e Serra terão uma jornada em 2006:

- Estaremos unidos para outra grande jornada, que começa com esse trabalho de união. O que queremos que permaneça são laços de solidariedade, de companheirismo e de lealdade para trabalharmos juntos em benefício do nosso município, nosso estado, nosso país.

Já Serra considerou "muito bom" o fato de as pesquisas apontarem dois tucanos em situações tão privilegiadas.

- Significa que tem dois tucanos cuja nota positiva, ou seja ótimo e bom, somada, dá mais de 100% - disse, afirmando que é preciso trabalhar para manter esses índices.

O prefeito, favorito nas pesquisas para derrotar Lula, criticou o que chamou de falta de ética dos petistas:

- É ético quando está na oposição e, quando está no governo, pode pedir licença, pode deixar de ser ético por algum tempo? Hoje, qual é a idéia? É a de que todo mundo é igual. Nós podemos fazer porque todo mundo faz. Não, nós não fazemos. Está aqui o governador, estou aqui eu - discursou.