Título: Aldo diz não acreditar que houve mensalão
Autor: Lydia Medeiros/Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 23/12/2005, O País, p. 9

Presidente da Câmara critica relatório da CPI e, apesar das provas, diz que acusações de Jefferson não se confirmaram

BRASÍLIA. o ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, criticaram o relatório parcial da CPI dos Correios, apresentado anteontem. Aldo disse que não acredita no pagamento a deputados para votar com o governo, e Bastos afirmou que boa parte do trabalho da CPI foi feito pela Polícia Federal.

- Tenho convicção de que não houve pagamento por votações. Transferência de recursos entre partidos por razões eleitorais, por compromissos de campanha ou outras razões, a CPI ou está esclarecendo ou tem todas as condições de esclarecer - afirmou Aldo.

O relatório de Osmar Serraglio (PMDB-RJ) apresentou fontes públicas e privadas do esquema montado pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo empresário Marcos Valério de Souza para o pagamento a políticos da base.

Wagner, embora admitindo que as denúncias desgastaram o PT, afirmou que o documento não continha os números divulgados à imprensa. Para ele, o PT precisa mostrar que não foi todo o partido que se envolveu no episódio:

- O PT precisa mostrar que o episódio é muito menor do que se apregoou. Não é a cara, a vida nem a alma do PT ou do governo. Na CPI, os números que tentaram alardear o o tempo todo não estão se configurando. O PT tem que dizer isso: uma história de 25 anos não se troca pelo tropeço de alguns.

Assim como Wagner, Aldo disse que as acusações feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson não se confirmaram.

- Fui líder do governo por um ano. O Congresso aprovou matérias polêmicas, como a reforma da Previdência e a reforma tributária, com apoio da oposição. Para mim é contraditório, porque, nas votações difíceis, o governo aprovou porque recebeu apoio da oposição - ironizou Aldo.

Legenda da foto: ALDO: "NAS votações difíceis, o governo aprovou com apoio da oposição"