Título: Sem água nos hidrantes, chamas se alastraram
Autor: Geralda Doca/Isabel Braga
Fonte: O Globo, 28/12/2005, O País, p. 5

Bombeiros tiveram de recorrer a carros-pipa para controlar o fogo; sete andares do prédio foram atingidos

BRASÍLIA. O fogo no prédio do INSS começou com uma explosão, por volta das 6h45m, no sexto andar, e alastrou-se. Os poucos funcionários que chegavam ao local tentaram conter o fogo, mas não havia extintores. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Brasília, Sossígenes de Oliveira Filho, eles foram chamados às 7h03m e o primeiro carro chegou ao local oito minutos depois.

O problema foi a falta de pressão nos hidrantes que cercavam o prédio. A água não chegava até os andares mais altos e eles tiveram que recorrer a caminhões-pipa. O prédio do INSS é antigo e não tem sistema contra incêndio. O fogo só foi debelado por volta de 10h30m, mas seis andares foram totalmente destruídos. Outro foi parcialmente atingido. Dezessete carros e um helicóptero foram utilizados na ação.

Por pouco o incêndio não destruiu uma gravura de Pablo Picasso que estava no prédio do INSS. Há quatro meses, a gravura estava no sexto andar, numa sala onde funcionava a diretoria do instituto, recentemente destituída. Segundo a assessoria do Ministério da Previdência, a gravura está hoje no terceiro andar - que não foi atingido pelas chamas. A gravura - a figura de uma mulher pintada em carvão - faz parte de um acervo distribuído em prédios públicos em Brasília. O governo fez um inventário e decidiu enviar esse acervo para o Museu da República, em construção na capital.

Legenda da foto: BOMBEIROS NA operação de combate ao incêndio: falta de pressão nos hidrantes que cercavam o prédio fez com que a água não chegasse até os andares mais altos e caminhões-pipa tiveram que ser usados