Título: BNDES: CRÉDITO AGRÍCOLA É 52% MENOR
Autor: Érica Ribeiro
Fonte: O Globo, 29/12/2005, Economia, p. 22

Retração em 2005 foi causada por seca na Região Sul e efeitos do câmbio

A linha de crédito Finame Agrícola, voltada basicamente para a modernização do setor, registrou queda de 52% em 2005 na comparação com o ano passado, segundo dados apresentados ontem pelo diretor da Área de Inclusão Social do BNDES, Mauricio Borges Lemos. O volume de financiamentos em 2005 nesta modalidade de crédito caiu para R$2,2 bilhões, enquanto em 2004 foi de R$4,6 bilhões.

No ano, o total de desembolsos na área de operações indiretas do banco (que inclui as linhas Finame, BNDES Automático, Cartão BNDES e área Social, entre outros) chegou a R$15,7 bilhões, com crescimento de 6% sobre 2004, representando 34% do total de desembolsos do banco.

¿ O câmbio, a seca na Região Sul do país e a esperada acomodação cíclica do setor, que já vinha investindo na modernização, foram alguns dos fatores que influenciaram negativamente o desempenho do Finame Agrícola ¿ afirmou Borges Lemos.

Mas enquanto no setor agrícola o ano foi de queda, os financiamentos obtidos por intermédio do programa Finame Não-agrícola (caminhões, ônibus, máquinas e equipamentos diversos) estão fechando 2005 com crescimento de 45%: passaram de um total de R$6,8 bilhões em 2004 para R$9,8 bilhões este ano.

Nos financiamentos concedidos na linha BNDES Automático, que concede crédito para projetos até R$10 milhões, houve crescimento de 19%. Em 2004, foram desembolsados R$1,5 bilhão e, este ano, R$1,8 bilhão.

Quase 50 mil cartões BNDES foram emitidos em 2005

Um dos destaques foi o programa Progeren, para capital de giro a micro, pequenas e médias empresas, que respondeu por R$385 milhões. O programa, que seria encerrado em dezembro, foi prorrogado por mais um ano.

Os desembolsos no Cartão BNDES, para financiamento de micro, pequenas e médias empresas para aquisição de bens de produção com crédito rotativo, saltou de R$12,1 milhões em 2004 para R$71,7 milhões em 2005. O crescimento, segundo Borges Lemos, se deve às mudanças feitas pelo banco para as condições do cartão, com aumento do limite de crédito para R$100 mil (antes eram R$50 mil) e melhores prazos de pagamento:

¿ Tivemos, em 2005, 49,3 mil cartões emitidos. Somando todos os cartões, chegamos a 100 mil este ano. O crédito usado foi de R$100 milhões, somando 2004 e 2005, com um valor médio de transações de R$13,5 mil.