Título: ROSINHA QUER POLINTER SEM PRESOS EM JANEIRO
Autor: Antônio Werneck
Fonte: O Globo, 30/12/2005, Rio, p. 17

Carceragem será desativada com transferência de 1.107 detentos para casas de custódia recém-construídas

Até o fim de janeiro de 2006, a carceragem da Polinter, na Praça Mauá, será desativada, anunciou ontem a governadora Rosinha Garotinho. Os 1.107 presos que estão na Polinter serão transferidos para uma das casas de custódia construídas pelo governo. A decisão foi tomada pela governadora depois que policiais descobriram ter partido de dentro da carceragem a ordem para executar dois policiais civis e resgatar, esta semana, o traficante Marcélio de Souza Andrade, de 29 anos. O próprio bandido - que acabou morrendo - usou um celular para conversar com seus cúmplices e coordenar seu resgate.

Em setembro, O GLOBO iniciou uma série de reportagens mostrando a situação desumana em que os presos na Polinter eram mantidos em cárceres. A superlotação foi denunciada à ONU por quatro entidades de defesa de direitos humanos.

Segundo Rosinha, nos últimos cinco anos o governo construiu 11 casas de custódia num investimento total de R$51.825.654,06.

- A Polinter não tem mais condições de funcionar do jeito que está. Polícia que prende não pode ficar guardando presos. Os detentos devem estar sob responsabilidade do sistema penitenciário - disse a governadora.

Secretário manda chefe de Polícia preparar transferências

A inspetora Marina Maggessi, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), aplaudiu a decisão:

- Se os presos tiverem condições dignas na prisão, depois de cumprirem a pena, voltam para as ruas mais humanizados, menos violentos - afirmou a inspetora.

O secretário de Segurança, Marcelo Itagiba, determinou ontem ao chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, que "todas as providências sejam tomadas para que os presos estejam prontos para ser transferidos à medida que forem sendo abertas nas casas de custódia as vagas necessárias".

Legenda da foto: CELAS SUPERLOTADAS na Polinter: entidades de defesa dos direitos humanos denunciaram a situação à ONU