Título: MAIS DA METADE DOS MINISTROS ESTÁ DE FÉRIAS
Autor: Alan Gripp e Luiza Damé
Fonte: O Globo, 03/01/2006, O País, p. 8
Dos 31 integrantes do primeiro escalão do governo Lula, 17 entraram em recesso, entre eles Antonio Palocci
BRASÍLIA. O governo começou 2006 em marcha lenta. Ontem, no primeiro dia útil do ano, 17 dos 31 ministros estavam gozando férias ou ainda aproveitavam o recesso de fim de ano. A maioria só retornará ao trabalho na metade de janeiro. Estão fora de Brasília, entre outros, os titulares da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo, apesar de ser a época de discussão do Orçamento.
O próprio Lula anunciou ontem, por assessores, que vai tirar alguns dias de descanso, em local, por enquanto, guardado a sete chaves. Alguns ministros preferiram enforcar a semana entre o Natal e o Ano-Novo e voltaram ontem, caso de Celso Amorim (Relações Exteriores), Nelson Machado (Previdência) e Jaques Wagner (Relações Institucionais). Hoje, retornam Dilma Rousseff (Casa Civil) e Silas Rondeau (Minas e Energia).
¿Deveríamos ter uma semana de férias¿
Quem levou a pior foi o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que planejava sair por uma semana, mas foi convocado por Lula para elaborar o plano emergencial de recuperação das estradas federais.
¿ Todos nós deveríamos ter uma semana de férias. Eu passei dois dias fora e fui chamado ¿ lamentou Nascimento.
Segundo Jaques Wagner, Lula ainda não decidiu quando e onde vai tirar a folga. O ministro informou que o presidente não deixará o país e ficará acessível para questões emergenciais. Não será necessário que o vice José Alencar assuma o país.
¿ Férias não serão. Ele pode simplesmente não fazer agenda do Planalto, mas estará no país, acessível. Mas, se ele tirar uns dias, não ficará em Brasília. E, se quer descansar, não vai dizer para onde irá ¿ disse Wagner.
Ano passado, Lula também ficou sem despachar no Palácio do Planalto por quatro dias no fim do ano. Ele trabalhou até o meio-dia de 30 de dezembro, passou a virada de ano na Granja do Torto, e voltou na tarde do dia 3 de janeiro.
Wagner afirmou que é uma tradição do serviço público os ministros aproveitarem esse período de maior tranqüilidade para tirar folga. Wagner disse que sua substituta, Eva Maria, estava em Brasília coordenando o trabalho e ele próprio se encontrava acessível às demandas do ministério.