Título: EM VEZ DO PETRÓLEO, ÁLCOOL NACIONAL PROVOCA ALTA NOS PREÇOS DA GASOLINA
Autor: Ramona Ordoñez
Fonte: O Globo, 03/01/2006, Economia, p. 18

Postos recebem combustível mais caro e devem promover reajuste de até 8%

O ano começa com um gasto extra na hora de abastecer o carro. Depois de o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, anunciar que os preços dos combustíveis não seriam reajustados em 2006 graças à iminente auto-suficiência em petróleo, é o álcool produzido no país que provoca alta nos postos. O aumento do preço da gasolina vendida ao consumidor (que leva um percentual de álcool anidro em sua mistura) deverá variar de 2% a 4%, enquanto o álcool hidratado (vendido diretamente nas bombas) poderá ficar 8% mais caro, segundo estimativas do mercado.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Município do Rio de Janeiro (Sindicomb), José Luiz Mota Afonso, informou que desde a semana passada os postos estão recebendo das distribuidoras a gasolina com preços 3% a 5% maiores. E o álcool hidratado está custando cerca de 8% mais. As distribuidoras, segundo Mota Afonso, alegam que estão repassando os fortes aumentos que o usineiros promoveram em dezembro: 18% no álcool anidro e 25% no hidratado.

¿ As distribuidoras alegam que estão repassando os reajustes dos usineiros. Isso terá que ser repassado para os preços nas bombas ¿ afirmou o presidente do Sindicomb.

As distribuidoras não comentam o assunto. O Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) afirma que não fala sobre preços porque o mercado é livre. Segundo dados do mercado, com o aumento de 25% nos preços do álcool hidratado pelos usineiros, o custo do litro do combustível para as distribuidoras passou de R$0,81 na última semana de novembro para R$1,01 em 29 de dezembro.

Já o álcool anidro sofreu um reajuste médio nas usinas de 18% em dezembro. O produto, que estava sendo vendido pelos usineiros a um preço médio de R$0,92 o litro em novembro, na última semana de dezembro já estava cotado a R$1,09 o litro.