Título: ONDA DE VIOLÊNCIA MATA 50 NO IRAQUE
Autor: Kim Sengupta
Fonte: O Globo, 05/01/2006, O Mundo, p. 25

Dia mais sangrento desde eleição teve carros-bomba, suicidas e ataque a funeral

BAGDÁ. Uma série de ataques, incluindo a ação de um homem-bomba num enterro, matou cerca de 50 pessoas no dia mais sangrento desde as eleições parlamentares de 15 de dezembro no Iraque. Carros-bomba sacudiram Bagdá e a cidade xiita de Kerbala. Perto da capital, rebeldes emboscaram um comboio de combustível, destruindo 20 caminhões-tanque.

A maior parte das mortes ocorreu num cemitério de Muqdadiyah, a cerca de cem quilômetros de Bagdá, no enterro de Mohammed al-Bakka. Sobrinho de Ahmed al-Bakka ¿ líder do Partido Dawa, do premier Ibrahim al-Jaafari ¿, Mohammed havia sido vítima de um atentado. Trinta e seis pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas quando explosões de morteiros foram seguidas pela ação de um homem-bomba. Políticos locais culparam rebeldes sunitas mas o maior partido sunita ¿ Partido Islâmico ¿, no entanto, condenou o ataque.

Horas antes do ataque em Muqdadiyah, carros-bomba mataram ao menos 13 em Bagdá. Um dos ataques, no bairro xiita de Kadamiya, matou cinco iraquianos e deixou 15 feridos. Outro carro-bomba explodiu perto de um mercado em Doura, sul da cidade, matando oito pessoas.

A 40 quilômetros da capital, um comboio com 60 caminhões-tanque foi emboscado por rebeldes numa estrada a 40 quilômetros de Bagdá. Cerca de 20 caminhões e três veículos do Exército iraquiano, que protegiam o comboio, foram destruídos. No ataque, assumido pelo Exército Islâmico no Iraque, teriam morrido quatro pessoas.

A ação teve como alvo um dos primeiros comboios depois que motoristas pararam de transportar combustível por falta de segurança. A paralisação fez com que Baiji, a maior refinaria do país, suspendesse as atividades. O transporte só foi retomado após promessas de proteção.

Em Washington, o presidente George W. Bush admitiu a possibilidade de reduzir o número de militares americanos no Iraque no final deste ano, dependendo da situação no país.

Com agências internacionais