Título: IBGE: produção industrial aumentou em todas regiões
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 17/11/2004, Economia, p. 31
A produção industrial cresceu em todas as 14 regiões do país pesquisadas pelo IBGE em setembro, conforme pesquisa divulgada ontem. A alta generalizada foi observada em todas as comparações: frente a setembro de 2003, no acumulado do ano e nos últimos 12 meses. Ceará liderou as regiões. Com um aumento de 21,3%, bem acima da média nacional de 7,6%, o estado sustentou o crescimento na produção de bens não-duráveis (alimentos, roupas e remédios), categoria da indústria que começa a se recuperar mais fortemente.
No estado nordestino, a produção de têxteis cresceu 25,6%; a de calçados, 24,4%; e a de alimentos e bebidas, 9,2%. Essa reação nesse ramo da indústria, dependente da melhora na renda do trabalhador, apareceu na produção nacional. O setor de não-duráveis foi o único a aumentar a produção, em 1,5%, frente a agosto. Mas as exportações ajudaram o Ceará. Segundo André Macedo, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE, na pauta de exportação do estado aparecem calçados de couro e castanha de caju.
SP teve expansão de 14,6% e RS, o pior resultado
No Rio, a produção cresceu pelo quinto mês consecutivo, porém bem abaixo da média nacional. Enquanto a produção brasileira cresceu 7,6%, no Rio o aumento foi de apenas 2,9%, a terceira menor taxa entre os 14 locais. A indústria do petróleo continua puxando para baixo o desempenho fluminense, com queda de 1,2%. No ano, a redução já chegou a 5%. De janeiro a setembro, o Rio está na lanterna, com a menor taxa: 2,3%. A chefe da Assessoria de Pesquisas Econômicas da Firjan, Luciana de Sá, acredita que até o fim de 2004 a extrativa-mineral, na qual se inclui o petróleo, vai começar a se recuperar:
¿ A queda foi menor em setembro. E tudo indica que a situação vai melhorar. Além disso, o restante da indústria começa a diminuir a diferença frente à média do país.
A economista se refere ao bom resultado da indústria de bebidas (alta de 41,7%) e dos minerais não-metálicos (40,6%). Dois setores que começam a reagir, seguindo o caminho dos veículos automotores (crescimento de 17,7%).
¿ Houve alta na produção de cerveja e chope e de granito talhado, produto voltado para a exportação ¿ disse Macedo.
O pior resultado foi o do Rio Grande do Sul (1,9%). Em São Paulo, a produção industrial aumentou 14,6%.