Título: Forçar a melhoria do ensino
Autor: Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 08/01/2006, O País, p. 10

BRASÍLIA. O secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Jairo Jorge, que é o ministro interino, diz que o governo está atento ao problema da baixa qualidade do ensino e pretende acelerar os processos de avaliação para forçar a melhoria das instituições. Segundo ele, a lei que criou o ProUni será seguida e os cursos reprovados três vezes no novo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) serão excluídos.

Jorge admite, no entanto, que isso só poderá ocorrer a partir de 2009, quando o MEC espera ter concluído três ciclos do Sinaes. A demora, segundo ele, não é necessariamente um problema. O ministro interino aposta que a fiscalização do MEC, tão logo saia o primeiro resultado negativo do Sinaes, vai induzir as instituições a melhorarem:

¿ O ProUni não vai oferecer vagas de baixa qualidade, mas forçar a melhoria do ensino. Vamos tomar as medidas necessárias e acelerar o processo de avaliação. A questão é saber o que queremos: fechar os cursos ou melhorar sua qualidade? O Brasil precisa de mais vagas e estamos trabalhando para melhorar a sua qualidade ¿ diz Jorge.

Ele considerou positivo que apenas 1% das bolsas do ProUni 2006 sejam de cursos sempre reprovados, o que mostra que a maioria das vagas está em faculdades classificadas no mínimo como regulares. Jorge lembra que o Provão foi alvo de boicotes de alunos, o que fez inclusive com que instituições prestigiadas como a Universidade de São Paulo acumulassem maus resultados.

Outra discussão é até que ponto o desempenho do aluno reflete o nível do ensino ofertado na instituição. Ainda mais que, do ponto de vista legal, a única obrigação dos estudantes é comparecer ao local de prova. O resultado final vale para a instituição, mas não interfere na vida acadêmica do formando.