Título: ELEIÇÕES NA EUROPA SÃO OBSTÁCULO ESTE ANO
Autor: Eliane Oliveira e Patricia Duarte
Fonte: O Globo, 09/01/2006, Economia, p. 13

Candidatos resistem a criticar subsídios

BRASÍLIA. O ano eleitoral na França será mais um entrave às negociações na OMC. O candidato francês que anunciar posição favorável à eliminação dos subsídios pode estar cometendo suicídio político, afirmou uma fonte ligada ao Palácio do Planalto. Além disso, completou, haverá eleição para o Parlamento europeu. O próprio comissário de Comércio da União Européia, o britânico Peter Mandelson, avisou sobre os riscos na reunião ministerial de Hong Kong.

Outra orientação do Itamaraty é firmar o maior número possível de acordos comerciais com outros países e blocos. A prioridade é a América do Sul, mas um acordo de acesso a mercados entre Mercosul e EUA não está descartado. No entanto, é consenso dentro e fora do governo que a OMC deve ficar em primeiro plano.

¿ Uma negociação multilateral trará muito mais benefícios do que a Alca, por exemplo, em termos de bem-estar da economia ¿ disse a economista Danielli Sandi Pinheiro, da Universidade de Brasília.

Dirigente da combativa ONG Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip), Fátima Mello tem uma visão crítica em relação à reunião de Hong Kong. Ela disse que houve um ¿acerto cosmético¿ para sinalizar que a OMC não está em crise institucional. Para ela, o documento assinado pelos ministros é ¿fundamentalmente vazio¿. Nele, as decisões são relativizadas pela necessidade de acordos que viabilizem sua implementação, caso da data para o fim dos subsídios agrícolas. (E.O.)