Título: RISCO-PAÍS TEM NOVO PATAMAR HISTÓRICO
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 10/01/2006, Economia, p. 19

RIO e NOVA YORK. O risco-Brasil, indicador que mostra a confiança dos investidores estrangeiros no país, marcou ontem nova mínima histórica: ficou em 282 pontos centesimais, uma queda de 0,70%. Já o Global 40, título mais negociado da dívida externa brasileira, ficou estável, cotado a 131,15% do valor de face.

Relatório publicado ontem pelo banco americano Morgan Stanley diz que os mercados emergentes têm US$14,1 bilhões em pagamentos de juros e amortização de dívida em 2006. Devido aos bons fundamentos das economias desses países, a expectativa é de que boa parte dos recursos seja reinvestida em seus títulos. O Brasil será o maior pagador da América Latina: US$9,7 bilhões.

O dólar registrou ontem o quinto dia seguido de queda frente ao real. A expectativa de entrada de recursos captados por empresas brasileiras no exterior (na semana passada, a Vale do Rio Doce emitiu US$1 bilhão em títulos) fez a moeda americana recuar 1,4%, para R$2,250. Nos últimos cinco dias, o dólar acumula queda de 3,85%, apesar dos leilões do Banco Central. Ontem, a autoridade monetária atuou nos mercados à vista (comprou dólares a R$2,257) e futuro (movimentou US$417 milhões). Após ganhar mais de 6% na semana passada, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu 0,39%.

Em Nova York, as bolsas encerraram ontem em alta pelo quinto pregão seguido. O destaque foi o Dow Jones, que fechou acima dos 11 mil pontos pela primeira vez desde 7 de junho de 2001. O bom desempenho foi puxado pelas ações da GM e de bancos. O Dow Jones terminou o dia com alta de 0,48%, aos 11.011 pontos. O Standard & Poor's 500 subiu 0,37%, a 1.290 pontos. Já o Nasdaq avançou 0,57%, para 2.318 pontos. (Patricia Eloy, com agências internacionais)