Título: EUA VÃO IMPOR TARIFAS DE ATÉ 60,29% PARA O SUCO DE LARANJA BRASILEIRO
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 10/01/2006, Economia, p. 20

Exportações cresceram 19,8% e superaram importação na 1ª semana do ano

WASHINGTON e BRASÍLIA. O Departamento de Comércio dos Estados Unidos concluiu ontem que alguns produtores de suco de laranja praticaram dumping e fixou tarifas sobre o produto, que vão de 9,73% a 60,29%. Esta é uma vitória para os produtores do estado da Flórida, que em dezembro de 2004 entraram com processo argumentando que as exportações brasileiras seriam feitas por valores inferiores aos custos de produção.

Mas a entrada das tarifas em vigor ainda depende da Comissão de Comércio Internacional americana, que só votará o assunto em fevereiro.

O Itamaraty explicou ontem que já pediu informações à Embaixada do Brasil em Washington, que afirmou ainda não haver recebido qualquer comunicado sobre o caso.

Em agosto de 2005, os EUA haviam imposto sobretaxas, entre 24,62% e 60,29%, antes da conclusão do processo. A Montecitrus Trading S.A. continua com a maior taxa, 60,29%. A Fischer Agroindústria ficou com a menor, 9,73%, contra 31,04% anteriormente. A Sucocítrico Cutrale ficou com 19,19% (24,62% antes), e as demais, 15,42% (27,16% antes), de acordo com o site do Departamento de Comércio americano.

Ainda não se sabe o impacto dessas tarifas nas exportações, que abriram 2006 com excelente desempenho. Na primeira semana deste mês, as exportações somaram US$2,124 bilhões, valor 19,8% superior ao de janeiro de 2005, enquanto as importações, de US$1,379 bilhão, foram 10,1% maiores. Com isso, o superávit foi de US$745 milhões, contra US$376 milhões na primeira semana do mesmo mês do ano passado.

Em relação a dezembro, no entanto, houve uma queda de 14,2% nas exportações, pois tradicionalmente as operações de comércio exterior são mais intensas no fim do ano. As importações registraram queda menor: 7,4%.

A média diária exportada foi de US$424,8 milhões na semana passada. Frente a janeiro de 2005, as exportações cresceram em todas as categorias de produtos: 53,4% no caso dos básicos, 9,5% no de semimanufaturados e 9% no de manufaturados. A média importada ficou em US$275,8 milhões. (Eliane Oliveira, com agências internacionais)