Título: CENTRAIS SINDICAIS PROPÕEM MÍNIMO DE R$360 E REAJUSTE DO IR DE 10%
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Fonte: O Globo, 11/01/2006, O País, p. 13

Sindicalistas se reúnem hoje com Marinho e dizem que proposta é inegociável

SÃO PAULO. As centrais sindicais apresentam hoje ao governo proposta de aumento do salário-mínimo para R$360 e de reajuste da tabela do Imposto de Renda (IR) de 10%. A decisão foi tomada ontem, após encontro dos líderes sindicalistas em São Paulo. A reunião com o governo, que deve ser representado pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, será às 11h, em Brasília. Segundo os sindicalistas, a proposta é inegociável.

- As centrais sindicais não vão recuar dos R$360 - afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício. - O governo poderia diminuir um pouco o superávit e teria condições de pagar o aumento.

A proposta inicial das centrais era de aumentar o mínimo para R$400 e reajustar a tabela do IR em 14%. Ontem, bateram o martelo em valores mais baixos porque consideraram que o governo já acenou com um salário-mínimo de R$350, aumentando em R$31 a proposta que consta no Orçamento de 2006 e que será votada pelo Congresso.

- Nós estamos quebrando o galho do Lula, que havia prometido dobrar o mínimo, e dando um fôlego para o governo. Pelo menos ele não vai apanhar dos trabalhadores, dos líderes sindicais. Vai apanhar de outros - disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, para quem um mínimo de R$360 é razoável e será defendido como um bom acordo.

Os sindicalistas afirmaram que só aceitam o salário de R$360 se o governo fizer o reajuste de 10% na tabela do IR.

- Quanto à tabela, estamos pedindo o que o governo nos deve, que é a inflação deste ano mais 7% do ano passado. - afirmou Paulinho.