Título: PETROBRAS FECHA PARCERIA NA ARGENTINA
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Fonte: O Globo, 12/01/2006, Economia, p. 22

Empresa vai explorar plataforma marítima com a espanhola Repsol YPF

BUENOS AIRES e RIO. A Petrobras e a multinacional espanhola do setor de energia Repsol YPF estão investindo em parcerias. Enquanto negociam uma joint-venture para explorarem em conjunto as reservas de gás do campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, as duas empresas fecharam um consórcio com a estatal argentina Enarsa. O objetivo é a exploração marítima de petróleo na Argentina, numa tentativa de evitar problemas de falta de combustível no país, informou ontem a Casa Rosada.

O novo consórcio, que inclui ainda a estatal uruguaia Petrouruguay, explorará três blocos na bacia Colorado Marina, localizada 200 quilômetros da costa argentina. O acordo é para desenvolvimento e produção conjunta de petróleo se as eventuais descobertas forem economicamente viáveis.

A Petrobras terá participação de 25% no consórcio. A Repsol YPF será a operadora do grupo, com participação de 35%, e com os parceiros não argentinos investirá entre US$40 milhões e US$100 milhões no estágio de exploração. A Enarsa, que não possui ativos, mas tem jurisdição sobre as reservas petrolíferas na Argentina, também terá participação de 35%, e a PetroUruguay, de 5%.

A Repsol YPF disse que começará a registrar e processar informação a partir de áreas de mil quilômetros quadrados. As perfurações começam em 2008. "No caso de uma descoberta comercial que nos permita avançar para uma fase de desenvolvimento e produção, o investimento pode superar US$2 bilhões", informou a companhia.

Parceria em Santos pode sair em 60 dias

A Enarsa, criada em 2004 pelo presidente Nestor Kirchner, vem buscando parceiros para exploração em uma época em que baixos investimentos no setor de energia tem levado a previsões de que a Argentina se tornará importadora de petróleo em poucos anos.

Já a parceria entre a Petrobras e a Repsol na Bacia de Santos poderá ser definida em 60 dias. A previsão é do presidente da Repsol no país, João Carlos de Luca. De acordo com o gerente-executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno, um dos fatores determinantes para o desenho do acordo será o resultado de um teste de produção em um poço horizontal de mil metros, já perfurado, que deverá ser feito nas duas próximas semanas. A estimativa é de que os reservatórios de Mexilhão tenham cerca de 224 bilhões de metros cúbicos de gás.