Título: TONY BLAIR PEDE CONSENSO PARA PRESSIONAR IRÃ
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Fonte: O Globo, 12/01/2006, O Mundo, p. 28

EUA dizem que só resta acionar a ONU se diplomacia falhar

LONDRES. Num tom duro que dá a medida do descontentamento do Ocidente, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, exortou a comunidade internacional a chegar a um consenso para levar o Irã ao Conselho de Segurança da ONU, após o país anunciar que vai retomar suas atividades de enriquecimento de urânio. Mantendo a postura de desafio, o presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que o Irã não vai se intimidar e levará adiante seus planos.

A ameaça de Blair, que afirmou não descartar "qualquer medida" para resolver a questão, foi feita no Parlamento. Segundo ele, a retomada das atividades nucleares pelo Irã, juntamente com as declarações de Ahmadinejad de que Israel deve ser varrido do mapa e de que o Holocausto não existiu, fizeram soar um alarme "grave e real".

- É importante que o Irã reconheça a seriedade com que a comunidade internacional vê o caso - reforçou Blair, argumentando que as declarações do presidente indicam uma intenção perversa do regime.

Ministros de 3 países europeus se reúnem hoje

Há dois anos, a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha vêm fazendo gestões junto ao Irã para negociar o abandono do programa nuclear do país. Hoje, os ministros da Relações Exteriores dos três países se reúnem em Berlim para discutir o futuro das negociações. Para Londres, chegou a hora de encerrar as conversas e levar o caso à ONU.

Nos EUA, o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que há intensas negociações com os aliados de Washington, mas se a diplomacia tiver chegado ao fim de seus esforços, a única opção será acionar o Conselho de Segurança da ONU.

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