Título: BOAS NOVAS AINDA NÃO CHEGARAM ÀS POLTRONAS
Autor: Helena Celestino e Erica Ribeiro
Fonte: O Globo, 13/01/2006, Economia, p. 27
Aviões da companhia têm cadeiras quebradas, faltam vídeos e botões de comando
NOVA YORK. As boas novas de que a Varig está saindo da UTI ainda não puderam ser constatadas pelos passageiros fiéis da companhia. Esta semana, num vôo Rio-Nova York, pelo menos 15 cadeiras da classe executiva estavam quebradas, os vídeos tinham sido retirados dos braços das poltronas e, para quem reclamava, a aeromoça trazia discretamente um DVD portátil, explicando que não havia aparelhos para todos. Também não era possível acender a luz individual, chamar a aeromoça e controlar a temperatura. Após o jantar, quando as luzes da aeronave foram apagadas, a única opção era dormir.
- Vamos distribuir uma cartinha para os passageiros reclamarem - explicava uma constrangida aeromoça.
Em meados de dezembro, a situação era a mesma na classe econômica, em outro vôo internacional: cadeiras sem encosto, peças presas com durex, vídeos faltando. O presidente da Varig, Marcelo Bottini, reconheceu ontem que em alguns aviões houve uma redução do conforto interno. Mas disse que o plano de recuperação prevê investimentos de US$6 milhões no conforto das aeronaves.
A idéia é reconquistar os passageiros que viajam a negócios, segmento em que a Varig perdeu espaço para as rivais. Apesar de todos os problemas, Bottini assegura que a empresa vem ganhando mercado e lembra que os vôos para Nova York e Miami têm ocupação em torno de 80%. Ele acrescentou que em junho ou julho serão retomados os vôos diretos do Rio para os EUA, reivindicação dos cariocas.
Dentro da estratégia de ampliar a atuação em rotas mais rentáveis, a Varig inaugura, este domingo, sua rota para Munique, com três vôos semanais. Até 30 de março, o bilhete de ida e volta terá tarifa promocional de U$760, a partir de Rio e São Paulo. Será a segunda cidade alemã servida pela Varig, que já tem dois vôos diários para Frankfurt. (H.C. e E.R.)