Título: INDÚSTRIA: RIO TEVE 2º MELHOR RESULTADO
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 14/01/2006, Economia, p. 24
Estado só perdeu para Pernambuco, onde a produção avançou 12,3%
O petróleo novamente ajudou a indústria do Rio a subir no ranking do crescimento da produção industrial em novembro. Pesquisa divulgada ontem pelo IBGE mostrou o Rio com o segundo melhor resultado entre os 14 locais acompanhados pelo instituto. O avanço foi de 4%, bem superior ao 0,6% da média de crescimento da produção brasileira. Em primeiro lugar ficou Pernambuco, com alta de 12,3%. A fabricação de açúcar e álcool fez o setor voltar a crescer no estado nordestino, onde a atividade recuara 1,9% em outubro. Paraná ficou com o pior resultado: queda de 10,4%, pela diminuição na produção de livros didáticos.
¿ Assim como a produção nacional, nas regiões houve desaceleração no ritmo. No acumulado nos últimos 12 meses, 12 das 14 regiões avançaram mais devagar ¿ disse André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.
São Paulo ficou abaixo da média nacional: 0,3%
No Rio, a alta de 21,2% na extração de petróleo ¿ a nona seguida ¿ impulsionou o setor. O restante da indústria cresceu apenas 0,7%, com ênfase para a fabricação de alimentos (13,4%) e edição e impressão (9,8%):
¿ Há vários meses, a extração cresce a dois dígitos. Em outubro, a elevação foi de 15,5% e em setembro, de 14,9%. Isso fez o estado ter resultados positivos em períodos mais longos ¿ disse Macedo.
De janeiro a novembro, a produção fluminense aumentou 1,9% e, nos últimos 12 meses, 2,09%. Mesmo com a expansão dos últimos quatro meses, o Rio não conseguiu nesses indicadores alcançar a média nacional. No Brasil, as taxas ficaram em 3,1% e 3,5%, respectivamente.
¿ O Rio está apresentando um comportamento inverso do resto do país, avançando mais rapidamente agora, enquanto o ritmo diminuiu nas outras regiões ¿ observou Macedo.
Em São Paulo, a situação é a inversa. A ligeira elevação de 0,3% em novembro foi a menor de 2005. E os últimos resultados foram os menores também desde o fim de 2003. No ano, a alta é de 3,7% e, nos últimos 12 meses, de 4,3%. Segundo Macedo, os resultados negativos predominaram na indústria paulista: 12 das 20 atividades investigadas pelo IBGE recuaram no mês. As principais pressões para esfriar o ritmo vieram dos setores de material eletrônico e de comunicações (-10%), máquinas e equipamentos (-5,7%), vestuário (-17,9%) e metalurgia (-8,2%). O último ramo também teve queda no Rio, com recuo de 5,5% na produção.
O economista do IBGE afirma que a indústria manteve em novembro o perfil de crescimento concentrado nos bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos e móveis) e não-duráveis (alimentos, bebidas, roupas e remédios).