Título: ISRAEL: MINISTRA NA POLÍTICA EXTERNA
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Fonte: O Globo, 19/01/2006, O Mundo, p. 27
Livni é a 2ª a ocupar o cargo. Colonos dizem que Olmert declarou guerra
JERUSALÉM. O premier interino de Israel, Ehud Olmert, escolheu uma mulher para ser a nova chanceler ¿ a segunda na história do país. Ele ontem empossou no cargo Tzipi Livni, que também é ministra da Justiça. Livni, de 47 anos, é uma estrela em ascensão na política israelense e substitui Silvan Shalom, que renunciou na semana passada. Antes dela, somente outra mulher ocupou o cargo: Golda Meir, que viria a se tornar premier.
A nova chanceler deixou o Likud em dezembro para ingressar no Kadima de Ariel Sharon. Ela vem de uma família conhecida: o pai lutou contra o controle britânico na Palestina antes da fundação de Israel, em 1948.
Sua nomeação faz parte do esforço de Olmert para preencher com membros do Kadima as sete pastas vagas desde a saída de integrantes do partido Likud. Para isso, muitos acumularão pastas. O próprio Olmert responde por quatro ministérios, além de ocupar o cargo de primeiro-ministro desde que Ariel Sharon teve um derrame, no dia 4.
Numa outra ação, Olmert pediu ao ministro da Defesa, Shaul Mofaz, um plano para desmantelar 24 assentamentos judeus ilegais na Cisjordânia. Segundo uma fonte, sua intenção é começar a removê-los em uma semana. O Conselho dos Assentamentos de Judéia e Samaria emitiu uma nota dizendo que Olmert deveria estudar o assunto antes de ir mais além e atacá-los ¿com uma guerra declarada¿.
O país terá eleições em março e a ação poderia reforçar a imagem de Olmert no exterior e mostrar aos israelenses que ele pretende levar adiante as metas de Sharon, que está em coma.
Ontem, o premier passou por mais uma cirurgia, desta vez para trocar o tubo do respirador ¿ colocado durante a traqueostomia feita no fim de semana ¿ que apresentara problema técnico. Segundo o Hospital Hadassah, em Jerusalém, o estado de Sharon é crítico, mas estável.