Título: BOLSAS SE RECUPERAM E FECHAM EM ALTA
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 20/01/2006, Economia, p. 28
Ações sobem no Japão e nos Estados Unidos. Bovespa bate novo recorde
A bolsa japonesa ¿ cujo índice Nikkei caiu 2,94% anteontem, a maior queda dos últimos nove meses ¿ que havia antecipado, na véspera, o clima de perdas generalizadas dos mercados globais, ontem também deu o tom de como seria o dia de negócios em todo mundo. O Nikkei subiu 2,31%, seguido pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que subiu 2,94%, para atingir novo recorde histórico: 36.858 pontos. A redução dos juros no Brasil anteontem ¿ o Banco Central (BC) baixou em 0,75 ponto percentual a taxa básica Selic ¿ trouxe novo ânimo ao mercado. A Livedoor, empresa que, envolvida em escândalo contábil, derrubou o Nikkei na véspera, disse ontem que não violou regras de mercado, num comunicado divulgado depois da notícia de que um executivo da empresa teria se suicidado após interrogatório.
Nos EUA, um dia após a decepção com os resultados da Intel e da Yahoo!, a bolsa eletrônica Nasdaq teve valorização de 0,97% e os índices Dow Jones e S&P 500 subiram 0,20% e 0,24%, respectivamente. Os investidores americanos retomaram o otimismo diante do lucro acima do esperado e das estimativas positivas da fabricante de chips AMD para o primeiro trimestre deste ano, o que reduziu os temores em relação aos resultados das empresas do setor de tecnologia, responsável pela alta dos últimos meses das bolsas dos EUA. A AMD divulgou ontem um lucro de US$45 por ação no último trimestre do ano passado, ante os US$0,27 projetados pelos analistas.
No Brasil, ações de bancos batem recorde de cotação
O banco JP Morgan lucrou US$2,7 bilhões no quarto trimestre do ano passado, 62% a mais que no mesmo período do ano anterior. Já a corretora Merrill Lynch lucrou US$1,5 bilhão, 25% a mais que no último trimestre de 2005. Os resultados agradaram aos analistas.
No Brasil, o setor bancário acompanhou o otimismo externo e ficou entre as maiores altas da Bolsa. Unibanco, Itaú e Banco do Brasil bateram recordes históricos de cotação. Para analistas, a queda da taxa Selic impulsionará o crescimento econômico e as instituições lucrarão mais com a concessão de crédito. As ações do Unibanco subiram 6,12% (R$34,65), seguidas pelas do Banco do Brasil (5,73% de alta, a R$57,15) e Itaú (4,85% de ganho, a R$64,11).
As taxas de juros projetadas nos contratos negociados no mercado futuro recuaram fortemente, no rastro da queda da Selic. Os com vencimento em janeiro do ano que vem, referência para este mercado, caíram de 16,02% para 15,87% ao ano. Já o dólar subiu 0,69%, para R$2,328, com novos leilões do BC, que comprou moeda à vista por R$2,334 e movimentou ainda US$401,41 milhões no mercado futuro. O risco-Brasil recuou 2,41%, para 284 pontos centesimais.
(*) Com agências internacionais