Título: REAIS FALSOS FABRICADOS NA COLÔMBIA
Autor: José Meirelles Passos
Fonte: O Globo, 20/01/2006, Economia, p. 31

Quadrilhas de falsários colombianas começam a investir na moeda brasileira

WASHINGTON. Uma parcela ¿ por enquanto pequena ¿ de cédulas falsas de real, e uma grande parte de dólares falsificados que circulam hoje no Brasil, são provenientes da Colômbia, segundo autoridades daquele país e dos Estados Unidos. O euro também está sendo produzido por falsificadores colombianos. Ontem, por exemplo, foram apreendidos 6.400 euros falsos, em notas de 50, na cidade colombiana de Cáli.

Os colombianos são apontados como os melhores profissionais do ramo. Eles são também os maiores produtores: 56% dos dólares falsos injetados na economia dos EUA e 60% dos que circulam em todo o mundo são ¿made in Colômbia¿, segundo o Serviço Secreto dos EUA, responsável pelas investigações nesse setor.

¿- A perfeição da impressão, a qualidade das tintas e do papel, e inclusive a sua qualidade magnética, tornaram a falsificação num trabalho de arte na Colômbia, que desde 1999 é o maior produtor de dinheiro falso do mundo ¿ explicou o agente americano Rodolfo Peña.

O volume de reais produzido nas gráficas clandestinas ainda é desconhecido. A estimativa é a de que pelo menos US$50 milhões falsos são enviados ao exterior pelas gráficas clandestinas de Cáli. Segundo a Diretoria da Policia Judicial da Colômbia (Dijin), o fato do Brasil ter se transformado num grande corredor do narcotráfico, está levando os falsários a diversificar a sua produção.

Um informe daquele departamento diz que um pacote com US$100 mil falsos, em notas de cem, é vendido no mercado americano por US$40 mil legítimos. Enquanto isso um pacote de cocaína, do mesmo tamanho, rende US$25 mil. A Dijin acredita ainda que os falsificadores estejam entrando no Brasil também com cartões de crédito clonados.