Título: Consumidor já pode escolher o combustível
Autor: Ronaldo D'Ercole e Ramona Ordoñez
Fonte: O Globo, 22/01/2006, Economia, p. 29
Na entressafra os preços sobem, dizem os especialistas
¿Não estamos mais nas mãos dos usineiros. Rapidinho eles vão ter que baixar os preços, é só parar de comprar o álcool¿, afirmou Marcelo Baptista, motorista de táxi que tem um carro tricombustível (gasolina, álcool e gás natural).
O caso de Baptista mostra que, com o aumento de carros flexfuel (a gasolina e a álcool) no mercado, o consumidor pode escolher o combustível que tiver o melhor preço. Para Adriano Pires Rodrigues, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), o consumidor não está mais refém nem da gasolina nem do álcool, como aconteceu no fim da década de 80.
Segundo Plínio Nastari, consultor da Datagro Brasil, a alta dos preços se deve ao fato de o álcool estar na entressafra, e não existe qualquer semelhança com a crise do passado. Nastari afirma que os preços do anidro em 2003, atualizados pelo IGP-DI, equivaleriam hoje a R$1,23 o litro. O anidro chegou este mês a R$1,08 no máximo.
¿ É natural que os preços subam na entressafra. É preciso lembrar que, ao longo do ano passado, os preços caíram e, em junho, chegaram a R$0,66 o litro ¿ disse Nastari.
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse não estar preocupado com uma eventual falta de álcool para venda no mercado externo. A estatal continua com os planos de ser uma grande exportadora do produto nos próximos anos, sem prejuízo do mercado interno. Em três anos a companhia pretende exportar para o Japão.