Título: PROMESSA DE CAMPANHA NÃO FOI CUMPRIDA
Autor: Luiza Damé, Regina Alvarez e Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 25/01/2006, O País, p. 3

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao fim de seu mandato sem cumprir a promessa de campanha de dobrar o salário-mínimo. O valor no início de seu governo era de R$200, reajustado em 2003, primeiro ano de seu governo para R$240. Depois o salário-mínimo foi reajustado sucessivamente para R$260 e R$300.

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, de setembro de 1994 a maio de 1998 o salário-mínimo teve aumento real de 20,5%. Já no segundo governo do tucano, entre maio de 1998 e abril de 2002 o reajuste, já descontada a inflação, foi de 20,6%. No governo Lula, de abril de 2002 a abril de 2006 o mínimo teve aumento real de 25,3%.

Para Ademir Pinheiro, coordenador de estudos e desenvolvimento do Dieese, embora o valor do salário-mínimo esteja longe do necessário para suprir as necessidades de uma família (aproximadamente R$1.607, segundo os cálculos da entidade), os aumentos reais concedidos no governo Lula, que recuperam o poder de compra de 1985, fazem cair por terra as teorias de que reajustes maiores teriam efeito inflacionário e reduziriam o emprego formal:

¿ Nos últimos dois anos, a inflação ficou sob controle e o emprego tem crescido. Se as taxas de juros não estivessem entre as mais altas do mundo, o efeito dinamizador do reajuste do salário-mínimo poderia ser ainda maior.