Título: INDUSTRIAIS CONTINUAM CAUTELOSOS
Autor:
Fonte: O Globo, 25/01/2006, Economia, p. 23

CNI: confiança melhora, mas é o pior índice para um mês de janeiro desde 1999

BRASÍLIA. Mesmo com a queda da taxa básica de juros (Selic) a partir de setembro, a confiança dos industriais brasileiros se recupera a passos lentos. A primeira sondagem de opinião da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2006, divulgada ontem, mostra que o índice que reflete a segurança dos empresários em relação à economia, a seus mercados e a sua própria companhia teve o pior janeiro desde 1999. O indicador, que varia de 0 a 100, fechou em 57,2 pontos, contra 64,9 no mesmo mês do ano passado.

De acordo com a equipe técnica da Unidade de Política Econômica da CNI, a percepção do empresariado brasileiro vem melhorando desde julho, quando teve seu pico de pessimismo no último biênio (50,7) - coincidindo com o auge da crise política e a manutenção da Selic em patamares elevados. Mas eles ressaltam que a retomada da confiança é gradual e reflete a avaliação dos executivos sobre o atual momento da economia.

Decompondo o Índice de Confiança, o indicador para a avaliação das condições atuais da economia ficou em 43,4 pontos em janeiro - abaixo de 50 significa pessimismo. O índice foi de 42,9 pontos para o mercado em que a indústria atua e de 49,1 para a própria empresa.

Com relação às expectativas para os próximos seis meses, os resultados são mais otimistas. O indicador para a economia brasileira ficou em 58,4 pontos, e para o próprio setor de atividade, em 59,9. Quando a abordagem é a perspectiva da indústria, o índice foi a 66,2.

Foram ouvidas 212 grandes empresas - cujo índice geral de confiança ficou em 59,4 pontos - e 1.240 pequenas e médias (56,1), entre 4 e 24 de janeiro.