Título: CRISE DO PETRÓLEO PREOCUPA DAVOS
Autor: Deborah Berlinck
Fonte: O Globo, 25/01/2006, Economia, p. 25
Pesquisa mostra que, para 78% dos executivos, China é bom para investir
DAVOS (Suíça) e SÃO PAULO. O mais famoso encontro mundial de líderes empresariais e políticos começa hoje, em Davos, otimista com o crescimento mundial, mas com uma grande preocupação: o risco de uma crise energética. A alta no preço do petróleo, que se aproxima de seu recorde histórico, é a principal inquietação, motivada por vários fatores: ameaça de sanção contra o Irã, devido a seu programa nuclear; a turbulência na Nigéria e a crise na sucessão do Kuwait, todos grandes produtores de petróleo.
O Fórum questionará se o interesse de países pela energia nuclear pode facilitar a proliferação de armas. Argumento que a diplomacia brasileira refuta. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, participa do debate sobre como o petróleo caro abre campo para os biocombustíveis. Outra discussão é se as instituições hoje estão preparadas para evitar uma crise energética na proporção das que ocorreram na década de 70. Isso pode ser um fator extra para os EUA elevarem juros, para conter a inflação, o que poderá ter impacto no crescimento mundial.
Pesquisa da PriceWaterHouse com 1.410 executivos de multinacionais revela que, das quatro principais economias emergentes do planeta - Brasil, Rússia, Índia e China, os chamados Brics - o Brasil fica em último lugar como mercado que oferece oportunidades de negócios mais significativas. De acordo com a nona edição da Annual Global CEO Survey, divulgada ontem pela Price em Davos, a China é vista por 78% dos executivos como o emergente que mais oportunidades de negócios oferece. Em segundo, vem a Índia, com 64%, seguida de Rússia (48%) e Brasil (46%).
- As economias de Brasil, Rússia, Índia e China, antes vistas unicamente como fontes de baixos custos de produção, agora apresentam um crescimento substancial de oportunidades, tanto para multinacionais como para as empresas locais, ao mesmo tempo em que produzem um novo grupo de competidores globais - afirmou o CEO da Price, Samuel DiPiazza.