Título: SP EM FESTA TEM CAMPANHA DE TUCANOS
Autor: Gerson Camarotti e Monica Tavares
Fonte: O Globo, 26/01/2006, O País, p. 4

Alckmin e Serra fazem corpo-a-corpo nos festejos de 452 anos da cidade

SÃO PAULO. As comemorações dos 452 anos de São Paulo abriram espaço ontem para a campanha dos dois pré-candidatos do PSDB à Presidência: o prefeito José Serra e o governador Geraldo Alckmin. Acompanhados de seus vices, eles andaram de ônibus no centro e assistiram a uma missa. O tom continuou crítico com o governo federal, principalmente ao falar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dizendo ter consciência de que ¿ainda incomoda muita gente na vida pública¿, Serra reforçou as críticas de que Lula ¿prega a deseducação¿ ao propor o fim de concurso público. Alckmin disse que o país continua sem rumo. Perguntado quem seria incomodado por suas declarações, Serra disse:

¿ Às vezes falam que eu tenho idéias próprias, acho engraçado, não é algo que me incomoda. Não é compatível com minha trajetória ser pau mandado ¿ disse ele, referindo-se às declarações do ex-ministro José Dirceu, de que o prefeito não seria pau mandado dos empresários se chegasse à Presidência.

O vice-governador Cláudio Lembo (PFL) deu o tom da disputa no PSDB ao chegar para a missa na Catedral da Sé:

¿ Eu acho que ele (Serra) deve ficar na prefeitura para ser um bom prefeito, para ficar por oito anos.

Na missa, Serra e Alckmin ouviram do arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Claudio Hummes, um sermão sobre a necessidade de políticas sociais. No banco reservado às autoridades, na primeira fila, os tucanos mal se falaram. Leram trechos da Bíblia. Serra fez a leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo, que diz: ¿Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício, aproxima-se o momento de minha partida¿.

Verticalização: Alckmin pede decisão do Congresso

Alckmin disse que se sentia indiferente em relação à hipótese de acabar com a verticalização das coligações partidárias:

¿ Tanto faz, deixem que o Congresso decida.