Título: Mais sete são presos por fraudes em Roraima
Autor: Ana Marques
Fonte: O Globo, 19/11/2004, O País, p. 10

A Polícia Federal deflagrou ontem mais uma operação para prender pessoas acusadas de envolvimento com fraudes na folha de pagamento do estado de Roraima, no que ficou conhecido como esquema dos Gafanhotos. Na nova operação, batizada de Faraó, a Polícia Federal prendeu sete suspeitos de participação nas irregularidades, entre elas três secretários do ex-governador Neudo Campos, que chegou a ser preso na primeira etapa da operação, em novembro de 2003.

Foram presos ontem os ex-secretários da Fazenda Jorci Mendes de Almeida e Roberto Leonel Vieira; o ex-secretário do Tesouro do estado de Roraima Jander Gener César Guerreiro; e quatro sócios da empresa Norte Serviços de Arrecadação e Pagamento Ltda (Nsap): Oscar Maggi, Wanderlan Oliveira, Edson Hispagnol e Humberto Pereira da Silva Filho. O ex-gerente do Branco do Brasil Francisco Djalma Brasil de Lima continua sendo procurado. Os mandados de prisão temporária têm validade de cinco dias.

Dos sete presos, Jorci Almeida foi o único que exerceu cargo de secretário também na gestão do ex-governador Flamarion Portela, cassado na semana passada. A operação começou às 6h. Pelo menos 50 policiais federais saíram para executar oito mandados de prisão. Segundo levantamento da Polícia Federal, os oito acusados são responsáveis pelo desvio de R$ 31,6 milhões das contas bancárias utilizadas para pagamento da folha de servidores do estado.

¿ Para a realização dos ilícitos apurados, os sócios da empresa Nsap foram expressamente autorizados pelos ex-secretários da Fazenda e do Tesouro de Roraima a movimentar as contas correntes responsáveis pelo pagamento dos funcionários públicos do estado, sem qualquer prestação de contas, sendo certo que a participação do ex-gerente do Banco do Brasil foi indispensável para acobertar os crimes ¿ disse o superintendente da PF em Roraima, José Francisco Mallmann.

Após os interrogatórios, os acusados foram encaminhados à cadeia pública de Boa Vista. Com as operações Praga do Egito e Faraó, já foram apurados desvios de R$ 80,4 milhões, segundo laudo realizado pelo Setor Técnico e Científico da Polícia Federal.