Título: Orçamento não prevê verbas para compra de caças
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 24/11/2004, O país, p. 12
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, ajudou ontem a dissipar qualquer dúvida a respeito da disposição do governo de adiar a licitação para a compra de novos caças da Força Aérea Brasileira (FAB). Depois de o ministro da Defesa e vice-presidente, José Alencar, ter afirmado que não há pressa para a aquisição das aeronaves e que o processo poderia levar até quatro anos, Furlan lembrou o Orçamento.
¿ Não há previsão no deste ano e, por enquanto, a compra também não está prevista no do ano que vem ¿ afirmou o ministro do Desenvolvimento.
Crédito extraordinário precisa de aprovação
Segundo técnicos do governo que trabalham na área orçamentária, qualquer despesa pública, mesmo sendo um financiamento externo, tem que estar expressa no Orçamento. Esses técnicos esclareceram, entretanto, que se a União decidir efetuar a compra e a operação não estiver devidamente prevista, a saída é abrir um crédito extraordinário, que precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional. O valor da licitação da FAB é estimado em cerca de US$ 700 milhões para a compra de pelo menos 12 caças.
A compra dos caças foi um dos temas da conversa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seu colega russo, Vladimir Putin. Quando o visitante fez um rápido comentário sobre a licitação ¿ seu país quer vender ao Brasil os caças Sukhoi ¿ Lula reafirmou que não há intenção de o governo brasileiro tomar uma decisão a curto prazo.
Alencar informou que não há ainda decisão fechada a esse respeito, admitindo que Lula pode se decidir pela compra. Mas ratificou que, se depender de sua opinião, o governo vai esperar um pouco mais para escolher. Entre os cinco grupos que disputam o negócio estão a americana Lockheed Martin, com o F-16; o consórcio franco-brasileiro Dassault/Embraer com o Mirage 2000 BR; o russo Sukhoi; além do consórcio sueco-inglês, com o Gripen. A licitação prevê a compra de pelo menos 12 caças.
Quatro consórciosdisputam concorrência
Pouco antes de assumir a Defesa, Alencar esteve na Rússia e visitou a Sukhoi:
¿ É um avião muito bom. Mas podemos esperar. Isto é um assunto que envolve um exame técnico apurado. Então isso está se desenvolvendo, e a própria política de investimento também será levada em conta.
Além dos russos, disputam a preferência do governo brasileiro a americana Lockheed Martin, com o F-16; o consórcio franco-brasileiro Dassault/Embraer com o Mirage 2000 BR; e o consórcio sueco-inglês, com o Gripen.