Título: Partido busca respostas para fracasso na capital
Autor: Paulo Ricardo Moreira
Fonte: O Globo, 29/11/2004, O País, p. 9

Lástima, desastre, surra, fiasco, fundo do poço. Foram muitos os adjetivos usados pelos petistas para definir a derrota nas urnas de Jorge Bittar, candidato do PT à prefeitura do Rio. Na reunião do diretório regional do partido, ontem, o fraco desempenho de Bittar foi unanimidade. Para o deputado Gilberto Palmares, a divisão das esquerdas foi um dos motivos do ¿revés do PT na capital¿. Ele ainda apontou o voto útil:

¿ Muitos petistas votaram no Cesar Maia porque não queriam o Marcelo Crivella e achavam que o Bittar não tinha chances de ganhar.

Apesar do fracasso na capital, Palmares diz que o partido saiu fortalecido por ter ganho oito prefeituras no estado e acha que os 6% de votação no Rio obtidos por Bittar não vão atrapalhar a candidatura ao governo do Rio.

William Campos diz que faltou combatividade

William Campos, membro do diretório estadual, disse que faltou mais combatividade na campanha do PT na capital. Enquanto os outros candidatos trocavam acusações e provocações, Jorge Bittar adotou outra postura e evitou o conflito, principalmente o prefeito reeleito Cesar Maia (PFL).

Por isso, Campos defende que o partido indique um nome forte para concorrer ao governo em 2006. Ele acha que Chico Alencar não tem chances de ser escolhido pelo partido, já que faz oposição ao presidente Lula e uma das resoluções aprovadas ontem pelo diretório é o apoio ao governo Federal.

¿ O PT sai da eleição mais maduro. O partido cresceu no Rio. A discussão é só na capital ¿ disse Campos.

Diretórios municipais reclamam da falta de apoio

O deputado Chico Alencar disse que não adianta o partido eleger oito prefeituras se elas não tiverem uma identidade. Uma de suas propostas aprovadas é que o partido apóie os prefeitos e vereadores eleitos nos 30 municípios para mandatos que sejam alternativos ao fisiologismo.

Durante a reunião, o deputado recebeu manifestos de alguns diretórios municipais, como os de Campos, Resende, São João de Meriti e Valença, reclamando da falta de apoio político da cúpula do partido.

Apesar de algumas correntes avaliarem positivamente o desempenho do PT nas eleições mostrando números, a deputada Inês Pandeló acha que, do ponto de vista político, o partido foi muito mal.