Título: PT REDUZ LISTA PARA A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
Autor:
Fonte: O Globo, 22/12/2004, O País, p. 10

Virgílio Guimarães, Professor Luizinho, Chinaglia e Greenhalgh foram os mais votados para suceder João Paulo

BRASÍLIA. Em reunião de mais de quatro horas, o PT conseguiu ontem reduzir de sete para quatro o número de pré-candidatos à sucessão do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). O mineiro Virgílio Guimarães foi o mais votado, com 47 votos, seguido do líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (SP), que obteve 42 votos. O líder da bancada Arlindo Chinaglia (SP) e o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh ficaram empatados, em terceiro lugar, com 39 votos.

Dos sete pré-candidatos, apenas seis concorreram porque o deputado Paulo Rocha (PT-PA) desistiu da disputa antes da votação. Paulo Delgado (MG) teve 35 votos e o representante das tendências de esquerda do PT, Walter Pinheiro (BA), 23 votos. A votação foi secreta e 76 dos 90 deputados da bancada puderam escolher três nomes. O debate sobre a sucessão será retomado hoje, a partir das 9h.

¿ Eu sei que foram apenas três votos a mais e nem sei se fui o primeiro mais votado destes que me escolheram. Nada me autoriza a ter um comportamento triunfalista ¿ afirmou Virgílio Guimarães.

¿ Podemos ter uma nova votação para definir, mas suspendemos o debate porque apostamos no diálogo ¿ acrescentou Luizinho.

A maioria dos deputados defendeu que, se houver hoje uma nova votação, que seja permitido o voto em apenas um dos candidatos. Desde a semana passada, o presidente do PT, José Genoino, trabalha para reduzir as pré-candidaturas. Ontem à noite, as articulações continuariam para tentar garantir um consenso e evitar nova votação que mostra a divisão da bancada.

O PT corre contra o tempo porque a oposição já se articula para tentar apresentar uma candidatura avulsa, que poderia impor ao PT uma derrota em plenário já que a votação é secreta. O líder do PFL, José Carlos Aleluia (BA) confirmou ontem que poderá sair candidato e que busca apoio de parte do PMDB e do PSDB. A intenção de Aleluia é usar a insatisfação de deputados da base com o tratamento dado pelo governo à Câmara e vencer o candidato do PT:

¿ Ao contrário do PT, que concorria para perder, vamos concorrer para ganhar.