Título: TESOURO VÊ DÉFICIT NOMINAL ABAIXO DE 3%
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Fonte: O Globo, 22/12/2004, Economia, p. 31
Secretário diz que queda põe o Brasil no mesmo padrão da União Européia
BRASÍLIA. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse ontem que o Brasil deve fechar o ano com déficit nominal abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse será o menor saldo negativo da história das contas públicas do país, que considera as receitas menos as despesas, inclusive gastos com juros da dívida pública. Levy afirmou que o resultado é reflexo da redução da dívida este ano, que deve fechar 2004 abaixo de 55% do PIB. No ano passado, o déficit nominal foi de 5,22%, enquanto a relação dívida/PIB ficou em 58,7%.
Ontem, o secretário anunciou também que o governo central (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) registrou superávit primário de R$1,8 bilhão em novembro. Esses recursos são utilizados para pagar juros da dívida pública.
¿ Isso é um avanço bastante significativo, uma evolução importante ¿ disse Levy, lembrando que déficit nominal de 3% do PIB e relação dívida/PIB de 60% são os percentuais exigidos dos países que querem ingressar na União Européia (UE).
Ele lembrou que, pela primeira vez, o déficit nominal está abaixo de 3% do PIB.
¿ Com o atual crescimento, a tendência da dívida pública é cair mais rapidamente. Isso dá tranqüilidade à área macroeconômica e fiscal ¿ disse Levy.
O secretário disse ainda que a queda no risco-país, que está abaixo dos 400 pontos centesimais, é importante, mas ressaltou que é preciso consolidar esse resultado. Segundo Levy, o governo ainda tem trabalho pela frente:
¿ É importante conseguir um ano inteiro de risco baixo. Precisamos vigiar a inflação e outros choques possíveis.
Segundo dados do Tesouro, entre janeiro e novembro deste ano o superávit nas contas públicas está em R$52,9 bilhões. Acima da meta do governo, acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para todo o ano de 2004, de R$48 bilhões.
Mas, a economia adicional de quase R$5 bilhões ajudará o governo central a equilibrar suas contas em dezembro quando, tradicionalmente, o país tem déficit primário devido a aumento de despesas. Até novembro, as despesas do Tesouro Nacional somaram R$156 bilhões, o que corresponde a um aumento de 19,7% em relação ao ano passado.