Título: Defensor dos sem-terra e dos perseguidos
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 23/12/2004, O País, p. 8

Apesar de ser deputado federal há quatro legislaturas, Luiz Eduardo Greenhalgh, de 57 anos, tem sua história muito mais ligada à defesa dos direitos humanos e dos movimentos populares, como advogado, do que à atuação parlamentar. Formado em advocacia há 31 anos na tradicional Escola de Direito do Largo São Francisco, da USP, Greenhalgh é considerado um advogado preparado, profundo conhecedor das questões agrárias, empenhado na defesa das minorias e pessoas carentes, sobretudo sem-terra, operários e índios.

Nas últimas três décadas, sempre esteve à frente dos projetos da esquerda brasileira, como a luta pela Anistia, e defendeu importantes presos políticos perseguidos pela ditadura militar, entre eles o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva. Greenhalgh ajudou a fundar o PT e o MST, entidade para a qual advoga desde a sua fundação, há 25 anos.

¿ Greenhalgh me ajudou a sair da cadeia uma dezena de vezes ¿ diz José Rainha Junior, líder do MST e que hoje está afastado da direção nacional do movimento.

Greenhalgh também já esteve envolvido em questões polêmicas. Vice-prefeito de São Paulo, na gestão petista de Luiza Erundina (1989 a 92), foi acusado de captar dinheiro irregularmente para a campanha de Lula a presidente em 1989.

Greenhalgh participou da acusação dos assassinos do índio Pataxó Galdino de Jesus e acompanhou as investigações sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002, como advogado do PT. Na Câmara, foi presidente da Comissão de Comissão e Justiça e relator do Estatuto do Desarmamento.