Título: EUROPEUS DEIXAM BALNEÁRIOS POPULARES APENAS COM A ROUPA DO CORPO E SEM PASSAPORTES
Autor:
Fonte: O Globo, 28/12/2004, O mundo, p. 25

Turistas mortos podem chegar a centenas

Parentes congestionam linhas telefônicas de emergência instaladas por governos para obterem notícias

LONDRES. Familiares de turistas estrangeiros que passavam as festas de fim de ano na zona asiática atingida pelo maremoto congestionaram as linhas telefônicas de emergência instaladas pelos governos de seus países, na tentativa de obterem notícias de parentes cujo paradeiro era desconhecido. Estima-se que centenas de estrangeiros estão entre os mortos e desaparecidos na tragédia, a maior do gênero desde o final do século XIX.

Os balneários mais populares do sul e do sudeste da Ásia estavam repletos de turistas, em sua maioria europeus fugindo do inverno no Hemisfério Norte durante o feriado prolongado de Natal e Ano Novo. Um dia depois do devastador maremoto que atingiu 13 países da Ásia e da África, a informação sobre o destino dos turistas ainda era escassa. Somente no Sri Lanka, o governo estima que 200 podem ter morrido e em Phuket, na Tailândia, o número pode chegar a 130.

Pelo menos 11 britânicos estão entre as vítimas da catástrofe e as agências de viagem do país anunciaram que os vôos charter que deveriam levar mais turistas para a região irão vazios para retirar os sobreviventes. Muitos perderam toda a bagagem e documentos e estão só com a roupa do corpo.

- A situação é, embora triste para familiares e amigos, inevitavelmente muito confusa e vai continuar assim até que a escala total da devastação seja esclarecida - disse o chanceler Jack Straw, ao explicar que espera um aumento no número de vítimas britânicas.

No Sri Lanka, quatro alemães, quatro indianos e nove japoneses que estavam observando elefantes num parque nacional morreram levados pela corrente. Em Estocolmo, o governo anunciou a morte de pelo menos dez suecos, e as autoridades da Noruega incluíram cinco nacionais do país entre as vítimas. A Itália indicou 13 mortes e mais de cem desaparecidos, a França, 3, e a Bélgica e a Dinamarca, duas mortes cada.