Título: Ameaça de boicote para tentar eleger aliados
Autor: Maiá Menezes
Fonte: O Globo, 05/01/2005, Rio, p. 12

Com o mapa eleitoral do estado nas mãos e a sede para conquistar mais espaço político, o presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, e a governadora Rosinha Garotinho usaram a ameaça de boicote a adversários como parte da estratégia para eleger aliados no interior. Antes mesmo do período eleitoral, a caneta da governadora começou a agir para garantir o benefício aos aliados: Rosinha liberou R$190 milhões em recursos do Programa de Apoio às Municipalidades (Padem) para 65 municípios, dos quais 62 eram comandados por aliados.

Garotinho e Rosinha assumiram o discurso durante a campanha, ao dizer que os candidatos adversários não receberiam verbas do governo, caso fossem eleitos, porque foram agressivos com a governadora durante a campanha eleitoral. O projeto de Garotinho e Rosinha para os 92 municípios do estado previa a eleição de 65 prefeitos aliados.

Um balanço das verbas repassadas aos 92 municípios, feito pelo Siafen, o sistema que acompanha a execução orçamentária do estado, mostrou, no ano passado. que a cidade da Baixada Fluminense recebeu o maior volume de recursos em 2004: R$39,4 milhões. A maior parte saída do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), responsável pela pavimentação de estradas.

Nos palanques dos aliados, Rosinha e Garotinho satanizaram Lindberg, um dos principais adversários em seu projeto de domínio do estado. Para um público evangélico, Garotinho disse que Lindberg é a favor da legalização da maconha e do casamento entre homossexuais. Rosinha subiu ao palco do candidato do PMDB em Nova Iguaçu, Mario Marques, para afirmar que o petista é a favor do aborto. Rosinha repetiu o discurso do boicote em municípios como Resende.